Objetivo: investigar las relaciones entre los indicadores psiquiátricos y mecanismos de afrontamiento utilizados por pacientes con insuficiencia cardíaca crónica en tratamiento ambulatorio, y las asociaciones entre éstas y cómo el paciente percibe las consecuencias de la enfermedad en su capacidad funcional. Metodología: El estudio incluyó 56 pacientes de ambos sexos, con edades comprendidas entre los 19 y 79 años, que son atendidos en un referencia ambulatoria de la ciudad de Natal, Rio Grande do Norte, Brasil. Los pacientes completaron el inventario de personalidad Millon Behavioral Medicine Diagnostic (MBMD), desarrollado específicamente para las personas en la asistencia sanitaria.
Resultados: Se encontraron relaciones fuertes (coeficiente de correlación positivo superior a 0, 7) entre los tres ámbitos estudiados, lo que sugiere que la mejora de uno de estos aspectos interferir positivamente con en el otro, así como el deterioro en una causa consecuencias negativas. Conclusión: Los resultados indicaron que las tres escalas de MBMD están fuertemente asociados, y muestran una adaptación de la utilización de este instrumento como instrumento para facilitar la investigación de tales características en estos pacientes. Sabiendo que una vez que conocemos las dificultades es posible establecer un enfoque de actuación, proporcionando instalaciones para el manejo de la situación/problema, este tipo de investigación es válido no sólo para las personas que necesitan atención médica, sino también para el equipo de salud, lo que permite estrategias de intervención.
ASOCIACIÓN ENTRE INDICADORES PSIQUIATRICOS, AFRONTAMIENTO Y MODERADORES DEL ESTRÉS EN LA
PACIENTES CON ICC ESTILOS POBLACIÓN
ASSOCIATION BETWEEN INDICATORS PSYCHIATRIC, COPING
MODERATORS OF STRESS IN POPULATION OF PATIENTS WITH ICC
Maria Fernanda de Oliveira Carvalho*, Allana Bernardo Dantas de Araújo**, Shirllane Karla da Silva
Nunes**, Marianna Carla Maia Dantas Lucena*, Brenda Luanna Fernandes Cortes Dantas*, Rosiane
Viana Zuza Diniz***, João Carlos Alchieri***
* Pós graduandas em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN);
** Acadêmicas do curso de Psicologia da UFRN;
*** Docentes da UFRN.
carvalho. mfernanda@gmail. com
RESUMEN:
Objetivo: investigar las relaciones entre los indicadores psiquiátricos y mecanismos de
afrontamiento utilizados por pacientes con insuficiencia cardíaca crónica en tratamiento ambulatorio,
y las asociaciones entre éstas y cómo el paciente percibe las consecuencias de la enfermedad en su
capacidad funcional.
Metodología: El estudio incluyó 56 pacientes de ambos sexos, con edades comprendidas entre
los 19 y 79 años, que son atendidos en un referencia ambulatoria de la ciudad de Natal, Rio Grande
do Norte, Brasil. Los pacientes completaron el inventario de personalidad Millon Behavioral Medicine
Diagnostic (MBMD), desarrollado específicamente para las personas en la asistencia sanitaria.
Resultados: Se encontraron relaciones fuertes (coeficiente de correlación positivo superior a
0, 7) entre los tres ámbitos estudiados, lo que sugiere que la mejora de uno de estos aspectos
interferir positivamente con en el otro, así como el deterioro en una causa consecuencias negativas.
Conclusión: Los resultados indicaron que las tres escalas de MBMD están fuertemente
asociados, y muestran una adaptación de la utilización de este instrumento como instrumento para
facilitar la investigación de tales características en estos pacientes. Sabiendo que una vez que
conocemos las dificultades es posible establecer un enfoque de actuación, proporcionando
instalaciones para el manejo de la situación/problema, este tipo de investigación es válido no sólo
para las personas que necesitan atención médica, sino también para el equipo de salud, lo que
permite estrategias de intervención.
ABSTRACT:
Objective: To investigate relationships between indicators psychiatric and coping mechanisms
used by patients with chronic heart failure in outpatient treatment, and associations between these
and how the patient perceives the consequences of the disease in their functional capacity.
Methodology: The study included 56 patients of the male and female, aged between 19 and 79
years, which is an ambulatory reference the city of Natal, Rio Grande do Norte, Brazil. The patients
completed the personality inventory Millon Behavioral Medicine Diagnostic (MBMD), developed
specifically for people in healthcare.
Results: We found strong relationships (positive correlation coefficient above 0. 7) between the
three spheres surveyed, suggesting that improvement in one of these aspects positively interfere
with on the other, as well as worsening in one negative repercussions.
Conclusion: The results indicated that the three scales of MBMD are strongly associated, which
show an adaptation of the use of this instrument as a tool facilitating the investigation of such
features in these patients. Knowing that once we understand their difficulties is possible to establish
a business focus, providing facilities for the management of the situation/problem, such research is
valid not only for those who need medical care, but for the staff involved directly with that
individual, allowing intervention strategies.
ABSTRATO:
Objetivos: Verificar relações entre indicadores psiquiátricos e os mecanismos de enfrentamento
utilizados por pacientes com Insuficiência Cardíaca Crônica em tratamento ambulatorial, além de
associações entre esses e a forma como o paciente percebe as consequências da doença em sua
capacidade funcional.
Metodologia: Participaram do estudo 56 pacientes dos sexos masculino e feminino, com idades
entre 19 e 79 anos, os quais são atendidos em ambulatório de referência da cidade de Natal, Rio
Grande do Norte, Brasil. Os pacientes responderam ao inventário de personalidade Millon Behavioral
Medicine Diagnostic (MBMD), desenvolvido especificamente para pessoas em cuidados de saúde.
Resultados: Foram encontradas relações fortes (coeficiente de correlação positivo acima de 0, 7)
entre as três esferas pesquisadas, especialmente quando se tratava de itens relacionados a
indicadores psiquiátricos e estilos de enfrentamento, sugerindo que a melhora em um desses
aspectos interfere de forma positiva no outro, bem como a piora em um deles acarreta
consequências negativas.
Conclusão: Os resultados indicaram que as três escalas do MBMD encontram-se fortemente
associadas, o que evidencia uma adequação do uso desse instrumento como ferramenta facilitadora
da investigação de tais características nesses pacientes. Sabendo que uma vez conhecidas as
dificuldades deles é possível estabelecer um foco de atuação, proporcionando facilidades no manejo
da situação/problema, tal investigação é válida não somente para os que necessitam de cuidados
médicos, mas para a equipe envolvida diretamente com aquele individuo, possibilitando estratégias
de intervenção.
1. INTRODUÇÃO
A insuficiência cardíaca crônica (ICC) é considerada a via final comum da maioria das
doenças que acometem o coração, considerada uma das mais graves deste século devido à sua alta
prevalência atinge 1 a 2% da população mundial apontada como problema de saúde pública. Tal
doença é responsável por elevados índices de mortalidade e de internação hospitalar, fato que eleva
sobremaneira os custos, especialmente na faixa etária mais elevada; em países desenvolvidos, por
exemplo, a ICC é a causa mais freqüente de internação quando se trata de pacientes com 65 anos
ou mais, afetando 2 a 4% da população idosa dessas regiões. Especificamente nos Estados Unidos,
pelo menos cinco milhões de pessoas foram diagnosticadas com ICC, e outros 550 mil novos casos
emergem a cada ano. Já no Brasil, entre os anos de 2008-2011, a ICC foi a primeira causa de
internações dentre as doenças do aparelho circulatório na população, a partir de 20 anos de idade,
representando 3% do total de internações gerais e 23% das internações por doenças
cardiovasculares. Afora todas essas questões, é um problema de saúde que reduz expressivamente
a qualidade de vida das pessoas afetadas, trazendo impacto considerável sobre os pacientes em
relação a suas atividades diárias, impacto este comparável ou até mesmo maior do que o de outras
doenças crônicas tais como a diabetes ou artrite(1, 2, 3, 4, 5, 6).
A ICC pode ser definida como uma síndrome clínica complexa de caráter sistêmico, que
ocasiona inadequado suprimento sanguíneo para atender necessidades metabólicas na presença de
retorno venoso normal, ou fazê-lo somente com elevadas pressões de enchimento. Tem sido
classicamente categorizada com base na intensidade de sintomas em quatro classes propostas pela
New York Heart Association (NYHA), as quais estratificam o grau de limitação imposto pela doença
para atividades cotidianas do indivíduo, sendo elas: classe I - ausência de sintomas durante
atividades; classe II - sintomas desencadeados por atividades cotidianas; classe III - sintomas
desencadeados em atividades menos intensas que as cotidianas, ou pequenos esforços; classe IV sintomas em repouso(1).
Outra abordagem classificatória da síndrome enfatiza tanto o seu desenvolvimento, quanto a
sua progressão. As duas primeiras fases (A e B) não correspondem ao estabelecimento da ICC, mas
à identificação precoce de pacientes que apresentam fatores de risco ao seu desenvolvimento. A
fase C denota pacientes com sintomas atuais ou passados, associados a doenças estruturais
subjacentes, e o estágio D designa pacientes com ICC refratária elegíveis para tratamento
especializad ainda serve
Esta forma de categorização permite uma compreensão evolutiva da doença, e
de base para a identificação de pacientes com indicação
de intervenções predominantemente preventivas (estágios A e B), terapêuticas (estágios C) ou seleção de pacientes
para procedimentos especializados e cuidados paliativos (estágio D)
Além disso, reconhece que são estabelecidos fatores de risco e pré-requisitos estruturais para o desenvolvimento de ICC, e que
as intervenções terapêuticas introduzidas, mesmo antes do aparecimento da disfunção ventricular
ou sintomas, podem reduzir a morbidade e mortalidade populacional
O envelhecimento da população e o prolongamento da vida de pacientes cardíacos, em
virtude das inovações terapêuticas, levaram a um aumento da prevalência de ICC. Porém, apesar do
avanço clínico e tecnológico na área, a taxa de mortalidade nessa população de pacientes
permanece alta, especialmente quando se avança na classe funcional, podendo atingir índices da
ordem de 50% ou mais naqueles pacientes que se encontram em classe III ou IV
(3, 8, 9, 10, 11)
A sobrevida da ICC com o tratamento clínico é estimada em 84%, 63% e 52%, em um, dois
e cinco anos, respectivamente. Porém, quando se trata de insuficiência cardíaca moderada a grave,
o prognóstico tende a ser ruim, com 30-40% de óbitos dentro de um ano após o diagnóstico e 6070% dentro de 5 anos
(12)
Pesquisa realizada com pacientes com ICC demonstrou que, de 263
pacientes internados por descompensação clínica, 25, 8% foram a óbito após um ano de seguimento,
e 51, 2% procuraram o atendimento de emergência de 1 a 12 vezes durante esse período en consonância com esses achados, outra pesquisa indicou que 80 a 85% dos pacientes sobrevivem
mais de 12 meses
(14)
Tendo isso em vista, verifica-se que, apesar da disponibilidade de tratamentos eficazes e avanços consideráveis para aumentar a sobrevida, os pacientes com ICC podem experimentar progressiva piora dos sintomas, admissões frequentes ao hospital, e morte
prematura
(15, 16)
Pesquisas têm revelado que a maioria dos sintomas da ICC são agravados em decorrência da
retenção de líquidos ou sobrecarga de volume secundária à não-adesão ao medicamento prescrito,
ingestão de volume excessivo, ou ingestão excessiva de sódio na dieta, os quais são reflexos de
uma aderência ao tratamento reduzida, nessa população
(17, 18, 19)
. A esse respeito, sabe-se que a depressão e o suporte social fragilizado vêm sendo fortemente associados à não-adesão aos
medicamentos prescritos e outros aspectos da prevenção de auto-cuidado, o que pode estar
relacionado ao fato de pacientes deprimidos e não deprimidos, e aqueles com níveis altos e baixos
de apoio social, terem um conjunto diferente de crenças sobre a doença e tratamento, que por sua
vez determinam a adesão
(13, 19, 20, 21, 22)
A depressão é uma condição frequente na ICC, sendo associada a altas taxas de readmissão
hospitalar e índices de mortalidade. Um crescente corpo de evidências sugere que a depressão
desempenha um importante papel no desenvolvimento e progressão da ICC, e, inversamente, a ICC
piora sintomas depressivos
(23)
Além dos sintomas depressivos, recursos de enfrentamento, apoio
social e otimismo, se modificáveis, podem ser alvo de intervenções para promover impactos sobre
os desfechos clínicos. Assim, existe a associação entre sintomas depressivos elevados, estilos de
enfrentamento de esquiva, atitudes menos otimistas, e menores níveis de percepção de apoio
social(24).
A presença de depressão pode indicar a presença de estilos de enfrentamento que afetam
negativamente a gestão ótima da doença, tendo em vista que o comportamento de esquiva, tais
como a negação, predispõe o paciente a ignorar as recomendações médicas, ou sintomas que
poderiam significar a necessidade de atenção médica. Sobre o otimismo, aponta-se que este tem
consequências importantes, dado que os otimistas tendem a esperar resultados mais favoráveis,
enquanto os pessimistas tendem a ter expectativas negativas; sabendo que o comportamento é
muitas vezes determinada por expectativas, os otimistas podem ser mais propensos a fazer esforços
para permanecer engajados na gestão da doença e tomar medidas preventivas, quando necessário
(24)
Em se tratando do apoio social, pacientes com percepção de suporte social mais elevado
parecem ser mais aderentes à prescrição de medicamentos, o que leva a melhores resultados no
que concerne ao risco de eventos cardíacos, índices de hospitalização e morte (25).
Com base no exposto, o objetivo deste trabalho é verificar relações entre indicadores
psiquiátricos e os mecanismos de enfrentamento utilizados por pacientes com ICC, em tratamento
ambulatorial, além de associações entre esses e a forma como o paciente percebe as consequências
da doença em sua capacidade funcional. Para tal, fez-se uso de um inventario de personalidade
desenvolvido especificamente para pessoas em cuidados de saúde.
2. MÉTODO
2. 1 - Participantes e Procedimentos de coleta de dados
Participaram do estudo 56 pacientes dos sexos masculino e feminino, com idades entre 19 e
79 anos, os quais eram atendidos em ambulatório de referência da cidade de Natal, Rio Grande do
Norte, Brasil. A abordagem aos participantes deu-se no momento em que eles estavam aguardando
a consulta para avaliação cardiológica. Na ocasião, foi explicada a proposta da pesquisa e realizado
o convite a participar, por meio da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(TCLE).
2. 2 Millon Behavioral Medicine Diagnostic (MBMD)
O Millon Behavioral Medicine Diagnostic
(MBMD) é um inventário norte-americano,
desenvolvido por Theodore Millon em consulta com médicos, psicólogos, enfermeiros e outros
profissionais de saúde que trabalham com doença física, a fim de abordar questões que são
relevantes à compreensão de atitudes e comportamento de pacientes, tendo como base tanto a
literatura específica da área, quanto a Teoria da Personalidade de Millon
Apresenta 165 itens a serem respondidos como verdadeiro ou falso, os quais estão
organizados em 38 escalas, agrupadas em sete domínios. Os dois primeiros Padrões de resposta e
Hábitos negativos de saúde avaliam padrões de resposta e possíveis comportamentos
problemáticos que devem alertar o profissional de saúde. Os cinco domínios seguintes avaliam
variáveis psiquiátricas ou psicossociais que pode moldar a forma como os doentes lidam com seus
problemas de saúde, e identificam atitudes que podem exacerbar sua doença e interferir em seu
prognostico global, são eles: Indicadores psiquiátricos, Estilos de enfrentamento, Moderadores de
estresse, Prognóstico do tratamento e Guias de gestão. Além disso, inclui um indicador de validade
composto por dois itens altamente improváveis que, se assinalados como verdadeiros, invalidam o
protocolo
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Dos 56 pacientes que participaram da pesquisa, a maioria (33) era do sexo masculino,
encontrava-se envolvida em alguma relação afetiva, seja matrimonial ou união estável (35), e não
havia concluído o ensino fundamental (34). A média de idade foi de 51 anos (D. P. = 13), e a de
renda de 1. 125, 66 reais (D. P. = 886).
Tabela 1. Estado civil dos pacientes.
Frequência
Percentual
Casado/União estável
35
62, 5
Solteiro
09
16, 1
Viúvo
09
16, 1
Divorciado/Separado
03
5, 4
Total
56
100, 0
Tabela 2. Escolaridade dos pacientes.
Frequência
Percentual
Ausente
08
14, 3
Fundamental Incompleto
34
60, 7
Fundamental Completo
03
5, 4
Médio Completo
09
16, 1
Superior Completo
02
3, 6
Total
56
100, 0
Em se tratando dos aspectos clínicos, até o momento da coleta de dados, verificou-se que o
tempo médio de tratamento para ICC foi de 14 meses (D. P. = 12), e que os pacientes faziam uso
diário de 5 medicamentos diferentes, em média (D. P. = 2); sobre a etiologia da doença, viu-se que
a maior parte foi classificada como isquêmica (14).
Tabela 3. Etiologia da ICC.
Frequência
Percentual
Primária
05
8, 9
Chagásica
05
8, 9
Hipertensiva
10
17, 9
Hipertrófica
01
1, 8
Alcoólica
03
5, 4
Periparto
03
5, 4
Isquêmica
14
25, 0
Congênita
01
1, 8
Reumática
01
1, 8
A esclarecer
13
23, 2
Total
56
100, 0
Para fins de análise das características de personalidade dos pacientes em questão,
foram escolhidos três, dos sete domínios que compõem o MBMD, a saber: Indicadores psiquiátricos,
Estilos de enfrentamento e Moderadores de estresse. Utilizou-se, para tal, o coeficiente de
correlação de Pearson, sendo considerada forte a relação que apresentasse coeficiente igual ou
superior a 0, 7
(27)
A análise realizada entre os domínios Indicadores psiquiátricos e Estilos de
enfrentamento evidenciou correlações fortes entre as escalas de ansiedade, comportamento inibido,
comportamento "desanimado" e comportamento oposicionista; depressão, comportamento inibido,
comportamento "desanimado", comportamento oposicionista e comportamento auto-depreciativo;
disfunção cognitiva, comportamento inibido e comportamento "desanimado"; labilidade emocional,
comportamento
inibido, comportamento"desanimado"e comportamento oposicionista; defensividade e introversão.
Observa-se nesse ponto as associações muito próximas encontradas entre as escalas
de ansiedade e depressão, e os estilos de enfrentamento supracitados; a exceção ocorre com o
estilo de enfrentamento auto-depreciativo, na medida em que apresenta correlação forte apenas
com a escala de depressão. Tal situação pode ser explicada devido ao fato de os sentimentos de
desesperança, solidão, tristeza e desencorajamento, próprios da depressão, deixarem o indivíduo
aborrecido e preocupado, fazendo com que este também vivencie sintomas comuns de ansiedade
(28)
. Assim, pacientes que apresentam sintomas de depressão estão propensos a apresentar
sintomas de ansiedade, e tal quadro concomitante parece desencadear estilos de enfrentamento
semelhantes.
Tabela 4. Domínios Indicadores psiquiátricos e Estilos de enfrentamento
Introversão Inibição Desânimo Cooperação Sociabilidade Confiabilidade Imprudência Dominância Respeito Oposição
Ansiedade
Tensional
, 602
, 706
Depressão
, 519
, 773
Disfunção
Cognitiva
, 637
Labilidade
Emocional
Defensividade
*
, 712
*
, 606
, 045
-, 077
, 538
, 275
, 103
, 716
*
, 850
*
, 646
, 011
-, 176
, 371
, 111
, 066
, 726
*
, 715
*
, 559
-, 122
-, 162
, 363
, 151
, 510
, 750*
, 782*
, 646
, 071
-, 161
, 490
, 754*
, 556
, 305
, 469
, 123
, 222
, 669
Autodepreciação
*
, 510
, 706
*
, 706
-, 072
, 660
, 485
, 193
, 122
, 756*
, 610
, 684
, 201
, 678
, 460
*
*p > 0, 7
Em se tratando dos domínios Indicadores psiquiátricos e Moderadores de estresse, foram
verificadas correlações fortes entre as escalas ansiedade, apreensão com a doença e sensibilidade à
dor; depressão, apreensão com a doença, déficit funcional, sensibilidade à dor, isolamento social e
pessimismo com o futuro; disfunção cognitiva e sensibilidade à dor; labilidade emocional e
sensibilidade à dor.
Além de todas as considerações relacionadas aos estilos de enfrentamento, no tópico
anterior, sabe-se que depressão e ansiedade promovem o aumento da percepção de sintomas
físicos, o que pode contribuir ao processo de apreensão com a doença. A presença de comorbidades
clínicas com transtornos do humor também promove maior incapacitação do que a soma dos efeitos
individuais das doenças clínicas
(29)
Tabela 5. Domínios Indicadores psiquiátricos e Moderadores de estresse
Apreensão
com a doença
Déficits
funcionais
Sensibilidade
à dor
Isolamento
social
Pessimismo
com o futuro
Ausência
de fé
Ansiedade
Tensional
, 713*
, 644
, 761*
, 624
, 652
, 133
Depressão
, 767*
, 792*
, 778*
, 711*
, 909*
, 135
, 695
, 699
, 708*
, 644
, 685
, 093
, 684
, 636
, 727*
, 669
, 645
, 105
, 425
, 410
, 514
, 561
, 429
, 386**
Disfunção
Cognitiva
Labilidade
Emocional
Defensividade
*p > 0, 7
Já os domínios Estilos de enfrentamento e Moderadores de estresse apresentaram
correlações fortes entre as escalas inibição e isolamento social; oposição, apreensão com a doença e
isolamento social; comportamento auto-depreciativo e isolamento social.
Tabela 6. Domínios Estilos de enfrentamento e Moderadores de estresse
Apreensão
Déficits Sensibilidade Isolamento
com a doença funcionais
à dor
social
Introversão
, 552
Ausência
de fé
, 403
, 624
, 585
, 580
, 650
, 668
*
, 883
, 669
, 262
, 567
, 553
, 652
, 651
-, 020
, 628
, 680
, 576
, 611
, 614
, 266
Sociabilidade
-, 180
-, 154
-, 016
-, 069
-, 116
, 150
Confiabilidade
-, 248
-, 113
-, 036
-, 193
-, 169
, 197
Imprudência
, 417
, 372
, 411
, 416
, 425
, 492
Dominância
, 108
, 102
, 234
, 206
, 152
, 333
Respeito
, 043
, 134
, 231
-, 046
, 109
, 169
*
Inibição
, 657
Desânimo
, 595
Cooperação
, 628
Pessimismo
com o futuro
Oposição
*
, 725
, 641
, 640
, 755
, 694
, 305
Auto-depreciação
, 564
, 523
, 508
, 771*
, 581
, 005
*p > 0, 7
4. CONCLUSÃO
Com base nos resultados apresentados, demonstrou-se haver fortes correlações entre
determinados indicadores psiquiátricos, estilos de enfrentamento e moderadores de estresse, nessa
população de pacientes. Sabe-se que escalas, questionários e inventários, vêm sendo utilizados
como ferramentas facilitadoras na investigação de características de personalidade, especialmente
se abordam questões relacionadas ao manejo do problema de saúde. Uma vez conhecidos tais
aspectos, é possível estabelecer um foco de atuação a esta população, proporcionando facilidades no
manejo da situação/problema; nesse sentido, tal investigação é válida não somente para aqueles
que necessitam de cuidados médicos, mas para a equipe envolvida diretamente com aquele
individuo, possibilitando estratégias de intervenção.
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