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Embarazo, comportamiento sexual y satisfacción conyugal.

Autor/autores: Joao Taborda
Fecha Publicación: 01/01/2004
Área temática: Personalidad, Trastornos de la Personalidad .
Tipo de trabajo:  Conferencia

RESUMEN

Este estudio tiene como objetivo estudiar el comportamiento sexual y la satisfacción conyugal durante el embarazo, a través de la Sexual History Form- SHF ( Nowinski &Lo Picollo, 1979; Schover Jensen, 1988 ) y de la Relationship Assessment Scale -RAS ( Hendrick, 1988). Se incluyeron en este estudio 136 sujetos pertenecientes a cuatro grupos. Tres grupos de embarazadas, en el primer, segundo y tercer trimestre de embarazo, respectivamente, sin ninguna patología asociada al proceso de embarazo, y un grupo de control de mujeres no embarazadas con una media de edad de 28. 4, 28. 3, 29 y 31. 8 años respectivamente. Las embarazadas demostraron mejores niveles de satisfacción conyugal, no encontrando, sin embargo, diferencias en el comportamiento sexual de embarazadas y no embarazadas.

Analizando la evolución de los aspectos conyugales y sexuales durante las etapas de embarazo, no se encontraron diferencias para la satisfacción sexual a lo largo del mismo; aunque el deseo y la frecuencia sexuales disminuyeron en el primer y segundo trimestre. En el tercer trimestre todos los parámetros de la respuesta sexual se disminuyeron, Así se elaboró un modelo para explicar la satisfacción sexual de las embarazadas, a partir de un análisis de regresión multivariada. Los factores identificativos fueron la satisfacción conyugal antes del embarazo, el comportamiento sexual durante el mismo y el numero de hijos. Este modelo indicó que la satisfacción conyugal durante el embarazo depende principalmente de la satisfacción conyugal antes del embarazo, y en menor medida de un buen entendimiento sexual durante el embarazo y de un menor número de hijos. O comportamento sexual durante a gravidez e a satisfação conjugal têm sido alvo de várias investigações na última década. Nestes sentido, algumas delas não evidenciam diferenças significativas entre os vários trimestres de gravidez (Sueiro; Gayoso; Perdiz & Doval, 1998; Adinma, 1995; Lukesh, 1976), no que diz respeito ao desejo, actividade sexual (sem penetração), frequência da actividade sexual (com penetração) e satisfação sexual. Por outro lado, outras referem um decréscimo progressivo a nível do desejo sexual e da frequência das relações sexuais desde o primeiro ao último dos trimestres de gravidez (Alder, 1989; White & Reamy, 1982). Masters & Johnson (1966), por um lado, concluiram haver um incremento ao nível do erotismo sexual durante o segundo trimestre de gravidez, apesar de não existir qualquer replicação desta investigação, tendo, no entanto, verificado um declínio substancial na frequência sexual do segundo para o terceiro trimestres. De algum modo consistente com estes resultados, os estudos de Call, Sprecher & Schwartz (1995), Schebat (1976) in Trindade (1984) evidenciaram um significativo e progressivo declínio do desejo e frequência sexuais ao longo de toda a gravidez. Nesta perspectiva, os temores face à gravidez e o desconforto físico poderão estar na base de tais aspectos, não esquecendo, porém, a percepção que a mulher tem do seu corpo e a hipotética rejeição conjugal devido ao facto de se tornar menos atraente à medida que a gestação se aproxima do seu termo (Cunningham et al, 1993 cit por Hyde et al, 1996). Hyde et al (op. cit) concluiram que a incidência das relações sexuais, fellatio e cunnilingus é similar no quinto mês de gravidez, quarto mês pós-parto e um ano pós-parto.

A grande diferença (decréscimo) regista-se no primeiro mês pós-parto, havendo uma reposição da frequência anterior (período pré-gravidez) até um ano após o nascimento. Vários autores (Elliott & Watson, 1985; Ryding, 1984; Perkins, 1982; Lumley, 1978; Morris, 1975; Holtzman, 1976; Solberg, Butler & Wagner, 1973; Masters & Johnson, 1966; Landis; Poffenberger & Poffenberger, 1950) referiram um declínio ao nível do interesse, actividade e satisfação sexuais durante os três trimestres de gestação, sendo, no entanto, a diminuição da actividade sexual, mais sensível em primíparas que em multíparas (Masters & Johnson, 1966), por oposição a outros que contrapõem estes resultados (Holtzman, 1976; Solberg, Butler & Wagner, 1973). Por seu turno, Robson et al (1983), aludiram a um decréscimo progressivo, ao longo dos três trimestres da gravidez, relativamente ao desejo, orgasmo e frequência sexual. Branco (1983) in Trindade (1984) referiu também um decréscimo, mas só a partir do 2º trimestre de gravidez, ao nível do desejo e orgasmo, embora Bogren (1991) apenas tivesse observado esse declínio, relativamente ao desejo, após o início do 3º trimestre. Incongruente com estes resultados são os relativos ao estudo de Falicov (1973) que traduzem um decréscimo no 1º trimestre, um acréscimo no segundo e um novo declínio no terceiro, tendo, porém, a este propósito, Trindade (1984) referido que a disparidade dos resultados encontrados se fica a dever ao uso de diferentes metodologias, diversas caracterizações e inúmeras dimensões amostrais. No que se refere à idade de início da actividade sexual das mulheres portuguesas, o estudo efectuado por Lucas (1993), revelou-nos que estas, a iniciam por volta dos 18 anos, enquanto que os homens o faziam cerca de dois anos mais tarde. A revisão da literatura parece, assim, mostrar alguma consistência no que diz respeito aos seguintes aspectos: diminuição do desejo e frequência sexuais, durante a gravidez, com investigações a apontarem algumas excepções no segundo trimestre (Falicov, 1973). Contudo, pareceu-nos importante estudar em que medida estes aspectos se relacionam com a satisfação conjugal e como esta e o comportamento sexual se modificam na gravidez, dada a escassez de dados empíricos sobre estes aspectos. Deste modo, esta investigação teve como objectivo estudar as relações entre a satisfação sexual e o comportamento sexual, avaliados actual e retrospectivamente, em quatro grupos: um grupo de mulheres não grávidas e três grupos de grávidas pertencentes ao primeiro, segundo e terceiro trimestres de gravidez.

Palabras clave: Ajustamiento sexual, Comportamiento sexual, Embarazo, Sexualidad


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Embarazo, comportamiento sexual y satisfacción conyugal.

Joao Taborda.

Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias
Lisboa. Portugal

PALABRAS CLAVE: Embarazo, Comportamiento sexual, Ajustamiento sexual, Sexualidad.

 

Resumen

Este estudio tiene como objetivo estudiar el comportamiento sexual y la satisfacción conyugal durante el embarazo, a través de la Sexual History Form- SHF ( Nowinski &Lo Picollo, 1979; Schover Jensen, 1988 ) y de la Relationship Assessment Scale -RAS ( Hendrick, 1988).

Se incluyeron en este estudio 136 sujetos pertenecientes a cuatro grupos. Tres grupos de embarazadas, en el primer, segundo y tercer trimestre de embarazo, respectivamente, sin ninguna patología asociada al proceso de embarazo, y un grupo de control de mujeres no embarazadas con una media de edad de 28. 4, 28. 3, 29 y 31. 8 años respectivamente.

Las embarazadas demostraron mejores niveles de satisfacción conyugal, no encontrando, sin embargo, diferencias en el comportamiento sexual de embarazadas y no embarazadas.

Analizando la evolución de los aspectos conyugales y sexuales durante las etapas de embarazo, no se encontraron diferencias para la satisfacción sexual a lo largo del mismo; aunque el deseo y la frecuencia sexuales disminuyeron en el primer y segundo trimestre. En el tercer trimestre todos los parámetros de la respuesta sexual se disminuyeron, Así se elaboró un modelo para explicar la satisfacción sexual de las embarazadas, a partir de un análisis de regresión multivariada.

Los factores identificativos fueron la satisfacción conyugal antes del embarazo, el comportamiento sexual durante el mismo y el numero de hijos.

Este modelo indicó que la satisfacción conyugal durante el embarazo depende principalmente de la satisfacción conyugal antes del embarazo, y en menor medida de un buen entendimiento sexual durante el embarazo y de un menor número de hijos.



O comportamento sexual durante a gravidez e a satisfação conjugal têm sido alvo de várias investigações na última década. Nestes sentido, algumas delas não evidenciam diferenças significativas entre os vários trimestres de gravidez (Sueiro; Gayoso; Perdiz & Doval, 1998; Adinma, 1995; Lukesh, 1976), no que diz respeito ao desejo, actividade sexual (sem penetração), frequência da actividade sexual (com penetração) e satisfação sexual.
Por outro lado, outras referem um decréscimo progressivo a nível do desejo sexual e da frequência das relações sexuais desde o primeiro ao último dos trimestres de gravidez (Alder, 1989; White & Reamy, 1982).

Masters & Johnson (1966), por um lado, concluiram haver um incremento ao nível do erotismo sexual durante o segundo trimestre de gravidez, apesar de não existir qualquer replicação desta investigação, tendo, no entanto, verificado um declínio substancial na frequência sexual do segundo para o terceiro trimestres. De algum modo consistente com estes resultados, os estudos de Call, Sprecher & Schwartz (1995), Schebat (1976) in Trindade (1984) evidenciaram um significativo e progressivo declínio do desejo e frequência sexuais ao longo de toda a gravidez. Nesta perspectiva, os temores face à gravidez e o desconforto físico poderão estar na base de tais aspectos, não esquecendo, porém, a percepção que a mulher tem do seu corpo e a hipotética rejeição conjugal devido ao facto de se tornar menos atraente à medida que a gestação se aproxima do seu termo (Cunningham et al, 1993 cit por Hyde et al, 1996). Hyde et al (op. cit) concluiram que a incidência das relações sexuais, fellatio e cunnilingus é similar no quinto mês de gravidez, quarto mês pós-parto e um ano pós-parto. A grande diferença (decréscimo) regista-se no primeiro mês pós-parto, havendo uma reposição da frequência anterior (período pré-gravidez) até um ano após o nascimento.

Vários autores (Elliott & Watson, 1985; Ryding, 1984; Perkins, 1982; Lumley, 1978; Morris, 1975; Holtzman, 1976; Solberg, Butler & Wagner, 1973; Masters & Johnson, 1966; Landis; Poffenberger & Poffenberger, 1950) referiram um declínio ao nível do interesse, actividade e satisfação sexuais durante os três trimestres de gestação, sendo, no entanto, a diminuição da actividade sexual, mais sensível em primíparas que em multíparas (Masters & Johnson, 1966), por oposição a outros que contrapõem estes resultados (Holtzman, 1976; Solberg, Butler & Wagner, 1973).
Por seu turno, Robson et al (1983), aludiram a um decréscimo progressivo, ao longo dos três trimestres da gravidez, relativamente ao desejo, orgasmo e frequência sexual.


Branco (1983) in Trindade (1984) referiu também um decréscimo, mas só a partir do 2º trimestre de gravidez, ao nível do desejo e orgasmo, embora Bogren (1991) apenas tivesse observado esse declínio, relativamente ao desejo, após o início do 3º trimestre. Incongruente com estes resultados são os relativos ao estudo de Falicov (1973) que traduzem um decréscimo no 1º trimestre, um acréscimo no segundo e um novo declínio no terceiro, tendo, porém, a este propósito, Trindade (1984) referido que a disparidade dos resultados encontrados se fica a dever ao uso de diferentes metodologias, diversas caracterizações e inúmeras dimensões amostrais.

No que se refere à idade de início da actividade sexual das mulheres portuguesas, o estudo efectuado por Lucas (1993), revelou-nos que estas, a iniciam por volta dos 18 anos, enquanto que os homens o faziam cerca de dois anos mais tarde.

A revisão da literatura parece, assim, mostrar alguma consistência no que diz respeito aos seguintes aspectos: diminuição do desejo e frequência sexuais, durante a gravidez, com investigações a apontarem algumas excepções no segundo trimestre (Falicov, 1973). Contudo, pareceu-nos importante estudar em que medida estes aspectos se relacionam com a satisfação conjugal e como esta e o comportamento sexual se modificam na gravidez, dada a escassez de dados empíricos sobre estes aspectos.

Deste modo, esta investigação teve como objectivo estudar as relações entre a satisfação sexual e o comportamento sexual, avaliados actual e retrospectivamente, em quatro grupos: um grupo de mulheres não grávidas e três grupos de grávidas pertencentes ao primeiro, segundo e terceiro trimestres de gravidez.


Método

Amostra

Participaram, neste estudo, 136 sujeitos do sexo feminino pertencendo a quatro grupos distintos: três grupos de mulheres grávidas, um do 1º trimestre, n=30; um do 2º trimestre, n=32; um do 3º trimestre, n=44, e um quarto grupo, grupo de controlo, n= 30. A média de idades encontradas foi de 28. 4 anos (4. 8 anos) para o grupo de mulheres no 1º trimestre de gravidez, 28. 3 anos (4. 8 anos) para o grupo de mulheres no 2º, 29 anos (5. 6 anos) para o 3º trimestre e 31. 8 anos (7. 8 anos) para o grupo de controlo, de mulheres não grávidas e que não estavam a fazer qualquer tentativa nesse sentido, G4.

A quase totalidade dos sujeitos do G1 eram casadas (N=25), restando 5 solteiras. No G2, 30 eram casadas e 1 solteira, no G3, 37 casadas, 4 solteiras e 2 divorciadas e por último no grupo de controlo, existiam 22 casadas, 2 solteiras, três divorciadas e 2 viviam em união de facto.
Relativamente à escolaridade, a mínima obrigatória mostrou-se mais representativa no G3 (50%). Os sujeitos com habilitações entre o 9º e 12º anos, são em maior número, também, no G3 (33. 3%). Por seu turno, as participantes com frequência universitária são mais numerosas no G2 (36. 8%), estando, as licenciadas, distribuidas de forma bastante equilibrada, com especial realce para o G1 (27. 9%). Por último, apenas existe um sujeito com pós-graduação, fazendo parte do G3.

Em termos de profissão, as domésticas estão repartidas pelos grupos 3 (66. 7%) e 1 (33. 3%), as técnicas não especializadas no G4 (40%), as técnicas especializadas no G3 (32%) e os quadros superiores também neste grupo (50%).
As participantes do G4 relataram estar casadas há mais tempo, 7. 3 anos (7. 5 anos), têm mais filhos, 1 (0. 9), e maior número de casamentos/uniões, 1. 3 (0. 6). No que diz respeito à idade de início da actividade sexual, o G4 é mais precoce, 18. 4 anos (2. 7 anos), por oposição ao G1, 19. 5 anos (3. 3 anos).

O estudo das características demográficas da amostra, através do t student para as variáveis contínuas e do qui quadrado para as descontínuas, não evidenciou diferenças estatisticamente significativas em nenhuma das variáveis descritas anteriormente.


Instrumentos

Foi administrado a todos os sujeitos, que participaram nesta investigação, um questionário de auto-avaliação que incluía uma primeira parte destinada à recolha de dados demográficos, sendo, as secções seguintes, destinadas a avaliar o comportamento sexual dos participantes e o seu ajustamento conjugal (actual e rectrospectivo).

Questionário de Caracterização Demográfica

No questionário de caracterização demográfica são solicitadas informações como idade, estado civil, anos de casamento/união, número de filhos, número de casamentos/união, escolaridade, profissão, idade de início da actividade sexual e semana de gravidez em que se encontra. Neste último caso exceptua-se, obviamente, o grupo de controlo.

Medidas de Informação Relativamente ao Comportamento Sexual

Para avaliar o comportamento sexual, utilizou-se a tradução portuguesa da Sexual History Form (SHF; Nowinski & Lo Picollo, 1979; Schover & Jensen, 1988). O objectivo deste questionário de auto-resposta, que contém 28 items, um item de resposta exclusivamente para sujeitos do sexo masculino, é avaliar o comportamento sexual, através de quatro dimensões: desejo, activação, orgasmo e dôr, às quais correspondem os seguintes items:

Existem 5 itens cuja resposta varia entre 1 (Mais de…) e 9 (Nunca), 1 item cuja resposta varia entre 1 (Menos de um minuto) e 7 (Mais de trinta minutos); 15 itens cuja resposta varia entre 1 (Nunca/Extremamente satisfatórias/Menos de…/Quase sempre) e 6 (Quase sempre/Extremamente insatisfatórias/Mais de…/Nunca); 4 itens cuja resposta varia entre 1 (Sempre eu/Quase sempre) e 5 (Sempre o meu companheiro/Nunca) e 2 itens cuja resposta varia entre 1 (Habitualmente aceito com prazer/Muita excitação) e 4 (Recuso quase sempre/Reacção negativa – nojo, repulsa), o que perfaz um total de 27 itens destinados a serem respondidos pelos sujeitos do sexo feminino. No entanto, destes 27 itens, 5 deles , itens 9, 10, 20, 21, e 22, dizem respeito à avaliação que a parceira faz do desempenho do seu par, daí que, para calcular a nota global, não foram considerados.

Devido ao formato da escala, foram invertidos todos os itens à excepção do 8, 9, 11 e 12, de modo a que as notas baixas indiquem um comportamento sexual menos satisfatório e as notas altas indiquem um comportamento sexual mais satisfatório.
A SHF avalia, simultaneamente, quatro dimensões do comportamento sexual global:


Orgasmo (itens 8, 16, 17, 18, 25, 26)
Dôr (itens 1, 23, 24)
Frequência Sexual (itens 1, 2)
Desejo (itens 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 11, 12, 13, 15, 19)
Activação (itens 8, 14, 27)

Após a recodificação dos itens, a pontuação de cada um foi somada de modo a ser obtido um resultado global para a Sexual History Form, contemplando 12 itens: 1, 2, 5, 6, 14, 16, 17, 18, 23, 25, 26, e 27 (Creti et al, 1998).
As características psicométricas da SHF foram, apenas, estudadas numa amostra de homens, para a versão utilizada (12 itens), tendo sido obtidos valores a de Cronbach de . 92 (Creti et al, 1998; Libman et al, 1989 in Creti et al, 1998).

Medidas de Informação Relativa à Satisfação Conjugal

Para avaliar a Satisfação Conjugal, utilizámos a tradução portuguesa da Relationship Assessment Scale (Hendrick, 1988). Esta escala, de cinco pontos, é composta por sete items de escolha múltipla.
As respostas a este questionário foram dadas em escalas de tipo Likert com um formato de cinco pontos. Os itens 4 e 7 foram recodificados por forma a que as notas mais altas indiquem uma melhor satisfação conjugal. Após a recodificação, a pontuação em cada um dos itens foi somada de modo a ser obtido um resultado global para a Relationship Assessment Scale. Não foram encontradas na literatura quaisquer referências às qualidades psicométricas da RAS.

Procedimento

Foram solicitadas autorizações a vários obstetras e ginecologistas de hospitais e clínicas privadas da região de Lisboa e Coimbra, visando o preenchimento dos protocolos no seio destas instituições. Os técnicos de saúde referidos, após esclarecimentos prestados pelo autor, encarregaram-se de proceder ao encaminhamento dos mesmos para junto dos respectivos utentes, esclarecendo, sempre que solicitados, as dúvidas das participantes. Os técnicos efectuaram, antes da passagem dos protocolos, um rastreio, visando controlar a ausência de patologias do foro obstétrico e/ou ginecológico.

Após a descrição geral do objectivo do estudo, foi pedido aos participantes para lerem a folha explicativa do protocolo de investigação. Nesta, era pedido o seu consentimento informado para a realização do estudo, tendo, também, sido garantida a confidencialidade dos dados, o seu anonimato e a sua liberdade de participação. Caso os participantes concordassem com o que lhes estava a ser exposto, era-lhes solicitado que preenchessem o protocolo. Todas as dúvidas relativas às diferentes instruções do questionário foram esclarecidas individualmente, garantindo, assim, os aspectos relacionados com a confidencialidade.


O protocolo de investigação demorou aproximadamente 20 minutos para ser completado, tendo sido, para as mesmas variáveis, efectuada uma avaliação do comportamento actual e uma avaliação retrospectiva do mesmo, reportando-se, cada uma delas, ao período de gravidez actual -trimestre de gravidez-, e ao período em que o casal não estivesse a fazer qualquer tentativa no sentido de a mulher engravidar, respectivamente. Os dados para esta investigação foram recolhidos entre Outubro de 1999 e Agosto de 2000.


Resultados

Os dados foram introduzidos numa base de dados, tendo os procedimentos estatísticos sido efectuados através do SPSS (Statistical Package for Social Sciences) versão 10. 0 para o Windows.

Estudo da fidelidade das medidas de satisfação conjugal e comportamento sexual Face à inexistência de estudos que tivessem avaliado as qualidades psicométricas da SHF e da RAS, procedeu-se ao estudo das mesmas. Dado que as dimensões do comportamento sexual relativas à activação sexual e à dôr apresentavam valores de consistência interna relativamente frágeis (activação sexual e dor, actuais, . 44 e . 30, respectivamente e activação sexual e dor rectrospectivas, . 30 e . 48, respectivamente), retirou-se um item a cada uma destas dimensões (activação sexual, item 8; dor, item 1), tendo a análise da fidelidade, e todos os procedimentos estatísticos posteriores, sido efectuados com base nesta alteração.

 

No que se refere à RAS, obteve-se um valor a de Cronbach de . 91 para a avaliação actual e de . 98 para a retrospectiva. No que diz respeito à SHF, foram obtidos valores a de Cronbach que variam entre . 65: orgasmo e . 84: frequência sexual, relativamente à avaliação actual, tendo-se alcançado um valor de consistência interna para o resultado total da escala (12 itens) de . 79. Na avaliação retrospectiva, os valores variaram entre . 58 (dôr) e . 79 (activação), tendo-se obtido um valor de . 81 para o comportamento sexual global (total da escala). O estudo das correlações médias inter-itens evidenciou valores que oscilavam entre . 18 (desejo) e . 73 (frequência sexual) no que se refere à avaliação actual, e entre . 16 (desejo) e . 36 (frequência sexual) no que respeita à avaliação retrospectiva.

 


Tabela 1. Estudo da fidelidade das medidas de satisfação conjugal e comportamento sexual


Satisfação conjugal e comportamento sexual actuais

As diferenças entre os grupos para a satisfação sexual e comportamento sexual foram analisadas através de uma análise multivariada da variância.

A tabela 2 mostra os valores médios e de desvio padrão da satisfação conjugal e do comportamento sexual, avaliados actualmente, em função dos grupos estudados. Apenas se verificou uma diferença estatisticamente significativa entre os grupos, na satisfação conjugal actual (F(3)=8. 082; p=. 000). A comparação entre os grupos, através do método de Tuckey, p<0. 05, evidenciou que o grupo de controlo relatou níveis mais baixos de satisfação conjugal comparativamente aos restantes grupos.

 


Tabela 2. Diferenças entre os grupos para a satisfação conjugal e comportamento sexual actuais


Satisfação conjugal e comportamento sexual avaliados retrospectivamente
A tabela 3 mostra os valores médios e de desvio padrão da satisfação conjugal e comportamento sexual, avaliados retrospectivamente em função dos grupos estudados. Foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre os 3 grupos para a satisfação conjugal (F(2)=6. 459; p=. 002), comportamento sexual relacionado com o orgasmo (F(2)=3. 249; p=. 044) e o comportamento sexual global (F(2)=4. 019; p=. 021). A comparação dos 3 grupos pelo método de Tuckey, p<0. 05, evidenciou que o G1 relatou menores níveis de satisfação conjugal e um comportamento sexual menos ajustado comparativamente ao G2 e G3.

 


Tabela 3. Diferenças entre os grupos para a satisfação conjugal e comportamento sexual avaliados retrospectivamente


Satisfação conjugal e comportamento sexual, actual e retrospectiva
As diferenças entre as avaliações actual e retrospectiva da satisfação conjugal e do comportamento sexual foram estudadas na amostra de grávidas em função do trimestre de gravidez das participantes, através do teste t de student para amostras emparelhadas.
Para as grávidas do G1 (1º trimestre), foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre a avaliação actual e retrospectiva da frequência sexual (t(27)=-5. 187; p=. 000), desejo (t(26)=-3. 228; p=. 003) e comportamento sexual global (t(23)=-2. 897; p=. 008), no sentido destas grávidas evidenciarem um comportamento sexual mais satisfatório quando não estavam grávidas, ao nível da frequência sexual, do desejo e da nota total.

 


Tabela 4. Diferenças entre as avaliações actuais e retrospectivas da satisfação conjugal e comportamento sexual, de acordo com o trimestre de gravidez (1º trimestre, N=28)


Para as grávidas do G2 foram obtidas diferenças estatisticamente significativas no âmbito da frequência sexual (t(29)=-4. 849; p=. 000), do desejo (t(28)=-2. 766; p=. 01) e no comportamento sexual global (t(27)=-4. 072; p=. 000), no sentido de um melhor ajustamento antes de engravidar, nomeadamente no que diz respeito à frequência sexual e ao desejo.

 


Tabela 5. Diferenças entre as avaliações actuais e retrospectivas da satiafação conjugal e comportamento sexual, de acordo com o trimestre de gravidez (2º trimestre, N= 30)


Finalmente no que se refere ao G3, obtiveram-se diferenças estatisticamente significativas entre a avaliação actual e a avaliação retrospectiva no que se refere à frequência sexual (t(40)=-7. 339; p=. 000), ao desejo (t(41)=-6. 492; p=. 000), à activação (t(41)=-2. 308; p=. 026), ao orgasmo (t(39)=-4. 193; p=. 000), à dôr (t(39)=-3. 457; p=. 001) e ao comportamento sexual global (t(35)=-6. 737; p=. 000). Na avaliação actual, as grávidas do G3 relataram um comportamento sexual menos satisfatório ao nível da frequência sexual, desejo, activação, orgasmo, e dôr.

 


Tabela 6. Diferenças entre as avaliações actuais e retrospectivas da satiafação conjugal e comportamento sexual, de acordo com o trimestre de gravidez (3º trimestre, N=42)

 

Preditores da Satisfação Conjugal

Com o objectivo de estudar as variáveis preditoras da satisfação conjugal actual, em função do grupo de pertença, foram efectuadas análises de regressão múltipla, tendo a variável dependente sido a satisfação conjugal . No caso do grupo de grávidas foram encontradas 3 variáveis preditoras, independentes, da satisfação conjugal actual, as quais explicaram 66% da variância. A primeira variável preditora encontrada foi a satisfação conjugal retrospectiva que explicou, por si só, aproximadamente 44% da variância. As restantes variáveis preditoras foram o comportamento sexual global e o número de filhos, as quais explicaram 16 e 6% respectivamente.

 


Tabela 7. Análise da regressão múltipla da variável dependente satisfação conjugal actual para o grupo de grávidas


Os resultados obtidos evidenciaram que as grávidas que relataram uma melhor satisfação conjugal retrospectiva, que tinham um comportamento sexual global mais adequado e menos filhos, descreveram uma melhor satisfação conjugal actual.

No caso do grupo de controlo, foram apenas obtidas duas variáveis independentes preditoras da satisfação conjugal actual, as quais explicaram aproximadamente 47% da variância. A primeira variável preditora encontrada foi o comportamento sexual global que explicou 38% da variância, sendo o segundo preditor a idade de início da actividade sexual que explicou 9% da variância.

 


Tabela 8. Análise da regressão múltipla da variável dependente satisfação conjugal actual para o grupo de controlo


Discussão

O presente estudo, foi elaborado com o objectivo de investigar as repercussões da gravidez no relacionamento sexual e conjugal do casal.

O facto de existirem poucas investigações no nosso país que incidam sobre esta temática (Branco, 1985 in Trindade, 1984) e, para além disto, a possibilidade de podermos contribuir para que a sexualidade no seio da gravidez possa ser encarada de uma forma mais adaptada e satisfatória pelos membros do casal, constituem um desafio que permitiu encarar com mais entusiasmo as dificuldades inerentes à escassez de dados empíricos.

No que diz respeito ao comportamento sexual e satisfação conjugal actuais, o grupo de controlo relata níveis mais baixos de satisfação conjugal, podendo dever-se, este facto, à ausência de envolvência dos parceiros devido à inexistência de um objectivo adicional, como é a gravidez nos outros grupos. Para além disto, parece importante referir que este decréscimo na satisfação conjugal se encontra muito difundido actualmente, verificando-se um notório aumento do número de divórcios (Ribeiro, Sampaio & Amaral, 1991).

Para a avaliação retrospectiva, as diferenças entre os 3 grupos incidiram ao nível das dimensões do comportamento sexual e deste mesmo. Assim, realçou-se a função orgasmo, e o facto de o G1 evidenciar menores níveis de satisfação conjugal e um comportamento sexual menos ajustado que os outros dois grupos de grávidas, que pode dever-se ao facto de se tratar de uma situação nova que requer um período de adaptação e onde poderão surgir sintomas como fadiga, náuseas, receio de perder a criança ou receio de lesar o embrião por intermédio da penetração (Caldiz, 1986; Read, 1999).

No que respeita às grávidas do G1, as diferenças entre as avaliações actual e retrospectiva residiram ao nível da frequência sexual, comportamento sexual e desejo, reenviando para um comportamento sexual menos ajustado na avaliação actual relativamente a estas dimensões. Estas constatações coincidem com o facto de as mulheres, neste período de gravidez, recorrerem com frequência a actividades alternativas em virtude da preocupação central residir no facto do desenvolvimento fetal decorrer dentro da normalidade (Caldiz, 1986).

As grávidas do G2, referiram um comportamento sexual menos ajustado na avaliação actual, relativamente à frequência sexual e ao desejo, o que não vai no sentido do defendido por Colman & Colman (1994): redução dos medos, maior lubrificação vaginal e maior irrigação da zona pélvica, podendo as mulheres continuarem com a mesma intensidade de desejo após a obtenção do orgasmo.


Relativamente às grávidas do G3, o comportamento menos ajustado verificou-se na avaliação actual, incidindo na frequência sexual, desejo, orgasmo activação e dôr. Estas constatações vão no sentido das obtidas por autores como Robson et al (1983), que identificou, no âmbito do seu estudo, decréscimos idênticos ao nível das dimensões referidas. Colman & Colman (1994) referem, neste período, a existência de um recrudescimento da ansiedade devido à antecipação do nascimento.

Para além das diferenças entre grávidas e não grávidas e da evolução dos aspectos conjugais e sexuais durante a gravidez, conseguimos elaborar um modelo predictor da satisfação conjugal. Este aspecto é tanto mais importante porque conseguimos explicar aproximadamente 66% deste fenómeno. Os predictores encontrados foram a satisfação conjugal antes da gravidez, o ajustamento sexual e o número de filhos. Assim, um bom ajustamento conjugal depende, principalmente, do ajustamento conjugal prévio, e em menor grau do sexo e do número de filhos.

As variáveis privilegiadas pelo nosso estudo, o comportamento sexual e satisfação conjugal, poderão, em função dos resultados obtidos, funcionar como meio de intervenção terapêutica, visando uma melhor qualidade e satisfação ao nível da vida sexual e conjugal dos indivíduos. O investimento dos parceiros no processo de gravidez pode contribuir para que a insegurança, ansiedade e deficits de auto-estima e auto-imagem das suas parceiras possam atenuarse ou, mesmo, diluirse como consequência de uma nova postura dos elementos do sexo masculino. A presença do parceiro poderá funcionar como redutor da ansiedade e do impacto negativo de algumas situações, quanto mais não seja pela novidade que as mesmas acarretam. O posicionamento do parceiro face ao fenómeno gravidez pode explicar os resultados obtidos, nomeadamente por influência de factores como, a representação da gravidez, apoio, aceitação das inúmeras alterações verificadas, nomeadamente no campo sexual, e imagem corporal.

Finalmente, parecenos pertinente efectuar um estudo longitudinal, controlando as variáveis primiparidade/multiparidade, gravidez desejada/não desejada, programada/não programada, confrontando, posteriormente, os resultados com os da presente investigação.

Relativamente aos homens, seria importante tentar perceber como estes se posicionam face à alteração da imagem corporal das suas companheiras, resultante do período de gravidez, e de que forma esta alteração pode influenciar o desejo, por um lado, e que medos poderão condicionar a emergência deste, por outro.


Como conclusão, podemos referir que foi ultrapassada mais uma pequena etapa com vista a percebermos um pouco melhor os factores que influenciam a sexualidade feminina, neste caso, particularizando para o período de gravidez os resultados obtidos.


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