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Salud psíquica X humanización hospitalaria: Una mirada sobre los profesionales de salud.

Autor/autores: Tabita Aija Silva Moreira
Fecha Publicación: 01/03/2007
Área temática: Ansiedad, Trastornos de ansiedad y relacionados con traumas y factores de estrés .
Tipo de trabajo:  Conferencia

RESUMEN

La humanización hospitalaria viene imbricada en una propuesta cuyo sentido está en sensibilizar, organizar actitudes y conductas en pro de la calidad de los servicios hospitalarios. La proliferación de la humanización trajo algunas contribuiciones en la asistencia, sin embargo la salud psíquica del profesional de salud no tiene alcanzado grande enfoque. La presente investigación busca analizar la salud psíquica de estes profesionales y avaliar de los mismos las condiciones de humanización. La muestra cuenta con 32 profesionales de salud distribuidos en 2 hospitales universitários de la UFRN. Como instrumentos, fue utilizado el cuestionario de Salud General de Goldberg y un cuestionario entrabierto. En su mayoría (75%), trabajan en régimen integral, siendo que 65, 62% necesitan trabajar en otro local, para complementario la renta familiar.

Al se avaliar la humanización ofrecida por el hospital, 56, 25% avaliaran como regular. Cuanto a la avaliación de la humanización encaminada a los profesionales, 37, 5% consideraron como mala e 12, 5% como pésima. Cuanto a la salud psíquica, los datos demostran sujetos limítrofes junto a los factores de stress psíquico (37, 5%), desconfianza del propio desempeño (31, 5%), disturbio del sueño (31, 25%) y disturbio psicosomático (31, 25%). Se observa que los profesionales perciben la necesidad de programas encaminados a la mejoría de la calidad de la atención. Se destaca la sobrecarga de trabajo en que eses profesionales están expuestos. Este hecho pode tener una influencia en el estado de salud de eses profesionales, que parece estar un tanto debilitada, con una incidencia significativa de sufrimiento psíquico.

Palabras clave: Hospitales, Humanización, Profesionales de salud, Salud psíquica


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Salud psíquica X humanización hospitalaria: Una mirada sobre los profesionales de salud.

Luciana Carla Barbosa de Oliveira Trindade; José Hélder Franco Aquino; Priscilla Cristhina Bezerra de Araújo; Tabita Aija Silva Moreira; Camomila Lira Ferreira; Eulália Maria Chaves Maia.

Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Brasil

· Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, hospital de Pediatria Professor Heriberto Bezerra, grupo de Estudos: Psicologia e Saúde – Universidade Federal do Rio Grande do Norte – Natal/RN - Brasil.

PALABRAS CLAVE: Salud Psíquica, Hospitales, Humanización, Profesionales de Salud.

Resumen

La humanización hospitalaria viene imbricada en una propuesta cuyo sentido está en sensibilizar, organizar actitudes y conductas en pro de la calidad de los servicios hospitalarios. La proliferación de la humanización trajo algunas contribuiciones en la asistencia, sin embargo la salud psíquica del profesional de salud no tiene alcanzado grande enfoque. La presente investigación busca analizar la salud psíquica de estes profesionales y avaliar de los mismos las condiciones de humanización. La muestra cuenta con 32 profesionales de salud distribuidos en 2 hospitales universitários de la UFRN. Como instrumentos, fue utilizado el cuestionario de Salud General de Goldberg y un cuestionario entrabierto. En su mayoría (75%), trabajan en régimen integral, siendo que 65, 62% necesitan trabajar en otro local, para complementario la renta familiar. Al se avaliar la humanización ofrecida por el hospital, 56, 25% avaliaran como regular. Cuanto a la avaliación de la humanización encaminada a los profesionales, 37, 5% consideraron como mala e 12, 5% como pésima. Cuanto a la salud psíquica, los datos demostran sujetos limítrofes junto a los factores de stress psíquico (37, 5%), desconfianza del propio desempeño (31, 5%), disturbio del sueño (31, 25%) y disturbio psicosomático (31, 25%). Se observa que los profesionales perciben la necesidad de programas encaminados a la mejoría de la calidad de la atención. Se destaca la sobrecarga de trabajo en que eses profesionales están expuestos. Este hecho pode tener una influencia en el estado de salud de eses profesionales, que parece estar un tanto debilitada, con una incidencia significativa de sufrimiento psíquico.



Introdução

O sistema de saúde tem evoluído consideravelmente nos últimos anos, principalmente ao que cerne em seu conhecimento técnico-científico. Cada vez mais se torna um desafio lidar com o binômio saúde-doença, prolongando a vida e adiando a morte do indivíduo. Ações e perspectivas envolvendo distintas etapas do processo de saúde como a prevenção, o tratamento e a reabilitação viabilizaram o incremento de conteúdos e o desenvolvimento de estratégias mais eficazes de atuação desempenhadas pelos profissionais da área. De fato, é perceptível o grau de importância desta evolução considerando o nível em que atualmente a tecnologia da saúde se encontra, vindo a proporcionar melhores condições de qualidade de vida ao indivíduo. São máquinas, equipamentos, novas técnicas que surgem a cada dia, de modo que o profissional tem que estar amplamente capacitado e habilitado para lidar com as novas situações.

De fato, muito se tem visto quanto aos avanços puramente tecnológicos e cientificistas. Contudo, tal fator contribuiu para que o espaço destinado à tecnologia humana/social não tivesse tanta evidência(1, 2). Quanto à realidade na saúde pública, pesquisas revelam(1, 3, 4, 5, 6, 7, 8) uma realidade ainda mais visível. O lidar com o humano (biopsicossocial) não é tão ressaltado quanto deveria.

Os profissionais de saúde vêm lidando com fatores diversos no decorrer de seu exercício de trabalho no sistema público. As exigências transcorrem desde a produtividade, até a disponibilidade, eficiência e agilidade. Sabe-se que a precariedade dos serviços de saúde pública apresenta-se gravemente afetada considerando a grande demanda assistida, a insuficiência do número de profissionais no serviço e os salários pouco atrativos. Vale ainda ressaltar as condições inadequadas do ambiente insalubre de trabalho, sempre composto por agentes infecciosos, interferindo assim na qualidade do serviço oferecido por este trabalhador(5, 6, 7, 8, 9, 10). Vários estudos(1, 5, 6, 7, 8, 10, 11) comprovam que esta atuação precária pode acarretar várias conseqüências na saúde do cuidador (o profissional de saúde). Dentre elas estão: os distúrbios de sono, problemas gastrointestinais, cardiovasculares, e desordens psíquicas. Com isto, prejuízos são demonstrados conseqüentemente não só no desempenho de trabalho, mas também nas relações sociais, vida familiar, lazer, cultural, física, com isto interferindo também na saúde mental deste trabalhador.

Em virtude desta realidade crítica da saúde pública acima descrita, é que emerge fortemente no Brasil um movimento denominado de Humanização Hospitalar. A Humanização vem imbricada em uma proposta de caráter interdisciplinar cujo sentido está em reavaliar, sensibilizar, normatizar, organizar as atitudes e as condutas em prol da ética e da qualidade dos serviços oferecidos nos hospitais. Considera-se a interação e confluência de áreas como das ciências humanas, sociais, tecnológicas e biológicas, contextualizando e focalizando culturalmente a integralidade, a dignidade e a cidadania. A Humanização surge enquanto movimento crescente no campo da saúde (unidades básicas, hospitais, serviços, entre outros), trazendo em si ações vinculadas a projetos, programas e, atualmente, à Política com apoio do Ministério da Saúde(2, 3, 6, 9, 11).

A vinda da Política Nacional de Humanização / HUMANIZASUS (PNH), desde o ano de 2004, trouxe uma ampla mobilização na saúde em prol da sua expansão na rede do Sistema Único de Saúde (SUS). Tem em seu norte abranger os aspectos globais inerentes aos sujeitos envolvidos no processo do adoecer no hospital, ou seja, o paciente, o profissional de saúde, a instituição e seus gestores. Trata-se de uma Política de cunho transversal, de modo que as instituições de saúde passem a considerar seu ambiente como um espaço de respeito à subjetividade humana(8, 9).  

Considerando-se este um assunto recentemente em ênfase, percebe-se que mesmo propondo organizar e ampliar as intervenções humanizadoras nos hospitais, as ações institucionais acabam por serem ainda pontuais, setoriais e de difícil envolvimento na articulação entre gestores, hospitais e comunidade. Neste sentido, coloca-se a importância das instituições inserirem não somente cursos, capacitações e treinamentos, mas também atividades motivacionais para este profissional. Torna-se viável oferecer também condições ambientais incluindo aspectos ergonômicos e outros que venham a proporcionar sobretudo saúde e uma melhor qualidade de vida deste trabalhador. É premente que a atenção direcionada a este trabalhador deva proporcionar qualidade na saúde, aliando a competência técnica, com a competência para os relacionamentos sociais. Esta nova cultura da humanização hospitalar deveria enfatizar condições com o mínimo de dignidade e respeito a estes profissionais (que tem como ofício lidar diariamente com a dicotomia saúde-doença e vida-morte) integrando e viabilizando a amplitude da comunicação instituição-comunidade(1, 7, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18).

Considerando que: “Humanizar o atendimento é socorrer as circunstâncias e necessidades do outro, assim como tornar mais humana às condições de trabalho do pessoal hospitalar”(19: 69), torna-se interessante buscar a inserção e a implementação de ações que de fato venham a atender as reais necessidades do foco deste estudo: a saúde do profissional de saúde.


Métodos

O presente estudo objetivou analisar a saúde psíquica dos profissionais de saúde e as condições de humanização direcionadas aos mesmos, em 02 (dois) hospitais-escola do Sistema Público de Saúde (SUS), vinculados à Universidade Federal do Rio Grande do Norte, cuja amostra esteve composta por 32 profissionais da área. Desta forma, esta pesquisa conta com uma amostragem aleatória por conglomerados(20, 21), representando uma média de 50% dos profissionais de saúde por instituição. Para a inclusão e exclusão dos sujeitos, foram utilizados os seguintes critérios: os profissionais deveriam estar atuando junto aos setores de enfermarias, exercendo função e cargo de nível superior (enfermeiro, médico, psicólogo, nutricionista e assistente social), não encontrar-se em desvio de função, estar contratados e/ou lotados na instituição já finalizado o estágio probatório ou de experiência, não estar enquadrado como prestador de serviço ou terceirizado junto ao hospital.

Com relação aos aspectos éticos, o presente estudo foi devidamente remetido à apreciação e devidamente autorizado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte em cumprimento à Resolução No. 196/96 do Conselho Nacional de Saúde.

Como instrumentos foram utilizados além do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), uma entrevista semi-dirigida, contendo: dados sócio-demográficos, dados pessoais, dados profissionais e questões que abarcassem uma avaliação da humanização, das condições de trabalho e saúde do cuidador. O segundo instrumento utilizado foi o Questionário de Saúde Geral de Goldberg (QSG)(22). Trata-se de uma avaliação psicológica, composta por 60 itens cujo objetivo está em avaliar os sintomas psíquicos, apresentados em um folheto e respondido em escala do tipo likert. O QSG avalia fatores como:

F1 – Tensão ou stress psíquico
F2 – Desejo de Morte
F3 – Falta de confiança na capacidade de desempenho (auto- eficácia)
F4 – Distúrbios do sono
F5 – Distúrbios psicossomáticos
F6 – Ausência de saúde mental (fator geral)

Os fatores mencionados são possíveis de serem apresentados como único fator geral (F6), demonstrando dimensões gerais da ausência de saúde mental, através do nível de sofrimento psíquico do indivíduo. Contudo, os fatores também podem ser analisados especificamente ou individualmente, dependendo da necessidade. O referido instrumento pode ser utilizado tanto em indivíduos da população normal, quanto em populações que apresentem distúrbios não psicóticos. Considera-se a importância da referência do instrumento, pela sua validação e referência via Conselho Federal de Psicologia.

Ressalta-se aqui que para a análise e tratamento dos dados estatísticos foi utilizado o programa SPSS 12. 0.


Resultados

A amostra deste estudo encontrou-se caracterizada por médicos e enfermeiros (com 37, 5% cada), assistentes sociais (9, 4%), nutricionistas (12, 5%) e 3, 12% de psicólogo. Destes, 90, 6% são do sexo feminino, casados (68, 75%), e católicos (84, 37%). Com relação aos cursos de pós-graduação realizados, encontrou-se um público de 75% de especialistas, contudo 18% não têm nenhuma pós-graduação adicionada em sua formação. Em sua maioria (75%) estão regulamentados na instituição sob um regime de trabalho integral, e 20% em regime parcial.

A carga horária disposta ao trabalho local é bem representativa entre os que trabalham entre 31 a 40 horas semanais nos hospitais (72%). Também foi questionado a quantidade de folga/dia que eles dispõem para se dedicarem à vida pessoal encontrando 37, 5% de sujeitos que contam com dois dias disponíveis. Vale salientar que ainda existem aqueles que contam somente com um dia (28, 12%) e outros que atualmente não têm folga (15, 62%). Muitos profissionais (65, 62%) colocam a necessidade de se trabalhar em outro local, de modo a poder complementar a renda da família. Vale salientar que destes outros vínculos 47, 61% tem mais um emprego. No entanto, existe uma gama que necessita de outros mais, como dois empregos (23, 81%), três empregos (19, 04%) e quatro ou mais vínculos (9, 52%).


HUMANIZAÇÃO E TRABALHO

Considerando as condições oferecidas pela instituição para desenvolver seu trabalho (Gráfico 1. 0), os profissionais avaliaram como regular (59, 37%), bom (21, 87%) e ruim (18, 75%).

 


Gráfico 01 - Avaliação das Condições de Trabalho (%)


Contudo, ao se questionar acerca da suficiência destas condições para atender a demanda solicitada, conforme apresentado no Gráfico 2. 0, 65, 62% disseram que não são suficientes.

 


Gráfico 02-Suficiencia das Condições de Trabalho (%)


Ao se solicitar uma breve avaliação da humanização oferecida pelo hospital de uma forma geral, 56, 25% avaliaram como regular, 21, 87% como boa e 18, 75% como ruim (Gráfico 3. 0).

 


Gráfico 03- Avaliação da Humanização (%)


Direcionando a avaliação da humanização oferecida aos profissionais, mesmo 40, 62% avaliando como boa; 37, 5% avaliaram como ruim e 12, 5% como péssimo. Cabe aqui colocar também aquela parcela de sujeitos que colocaram desconhecer alguma atividade relacionada a tal temática (Gráfico 4. 0).

 


Gráfico 04 - Avaliação da Humanização Oferecida


Quando se solicita colocar a existência de programas direcionados à Qualidade de Vida (QV) voltada aos sujeitos, 50% relatam a inexistência e 28, 12% o desconhecimento de atividades (Gráfico 5. 0).

 


Gráfico 05- Conhecimiento de Programas Direcionados á Qualidade de vida dos Professionais (%)

Avaliação da saúde psíquica

Esta avaliação pode ser analisada tanto por fatores específicos [Tensão ou Stress psíquico, Desejo de Morte, Falta de Confiança na Capacidade de Desempenho (auto- eficácia), Distúrbios do Sono, Distúrbios Psicossomáticos], quanto pela Saúde Psíquica Geral do indivíduo (ou ausência de saúde mental), através do nível de sofrimento psíquico do indivíduo. Considera-se aqui que os casos cujo percentil encontra-se acima de 90, enquadram-se no ponto de corte de 10% de casos psiquiátricos inseridos em uma população normal. Já os que se encontram nos escores entre 55 e 89 são considerados casos limítrofes, ou seja, que a sua saúde encontra-se em processo de abalo.

A Tabela 1. 0 demonstra na maioria fatores específicos um quantitativo relevante de sujeitos limítrofes junto aos fatores stress psíquico (37, 5%), desconfiança do próprio desempenho (31, 5%), distúrbio do sono (31, 25%) e distúrbio psicossomático (31, 25%).

 


Tabela 1. 0 – Saúde psíquica e seus fatores específicos


Vale salientar que ainda no fator de distúrbio psicossomático, também foi encontrado um número significativo (25%) de indivíduos cujos sintomas estão em estado grave. Mas, ao se avaliar o nível de sofrimento psíquico da amostra, foi constatado que 65, 62% encontra-se em um bom estado, 25% estão na categoria limítrofe e 9, 4% apresentam sofrimento psíquico em seu estado mais avançado.


Discussão

Considerando o perfil dos participantes, pode-se afirmar que é perceptível a presença prevalecente do sexo feminino com 90, 6% cujo tal fator pode estar influenciado devido a quatro das cinco profissões terem em sua natureza um caráter predominantemente de gênero feminino (Psicologia, Serviço Social, Nutrição e Enfermagem), e outra característica que pode influenciar é o fato dos hospitais serem caracterizados para um público materno e/ou infantil, o que também há uma prevalência de profissionais composto por mulheres(1, 5, 6).

Além das condições acima descritas, a sobrecarga de trabalho é evidente, considerando que 72% apresentam uma carga horária semanal extensa na instituição(5, 6).  

Outro fator aqui relevante mostra-se com a necessidade dos profissionais em trabalhar em outros locais para complementar a renda, corroborando com os dados já trazidos pela literatura(1, 3, 4, 5, 6, 7, 11, 12) demonstrando tal fato, cujos profissionais trabalham concomitantemente em outras instituições, graças ao turno flexível característico de sua atividade profissional em meio a plantões. Sabe-se que o excesso de trabalho dá margem à insatisfação, desestímulo e cansaço, ainda mais que os horários alternados de plantões não possibilitam ao profissional um espaço para descanso, dada a imprevisibilidade da demanda e do fluxo constante de solicitações por parte dos pacientes.

A realidade abordada quanto suficiência das condições de trabalho mostram que precisam de alguma melhoria já que tais condições são insuficientes (65, 62%) para realizar suas tarefas. Os profissionais, sem dúvidas, devem estar inseridos neste processo, perpassando desde o atendimento as necessidades para um melhor desempenho de suas atividades, assim como um olhar sobre a sua saúde e qualidade de vida. Nas instituições pesquisadas, encontrou-se um índice considerável da negatividade nas avaliações da humanização direcionada aos sujeitos: ruim (37, 5%), 12, 5% péssimo e 6, 25% desconhecem as ações. Ao que se refere aos programas que envolvem um estímulo à qualidade de vida dos profissionais, o número aumenta, já que 50% afirmam não existir tais atividades e 28, 12% desconheceram.

Sabe-se que o processo de humanização não se faz com atividades “paliativas”; requer inicialmente uma postura ética de todos que se encontram inseridos na assistência e atendimento. Dentre os aspectos necessários à humanização, também constam melhorias e manutenção de condições de trabalho tais como: materiais, quantitativo de profissionais proporcional à média de demanda de pacientes, pagamento digno, capacitação, comunicação, relações humanas, benefícios, dentre outros (1, 5, 12, 13, 14).  

De fato, ser profissional de saúde não é uma tarefa fácil. Além da pressão diária trazida pelas atribuições, existem outros aspectos inerentes que influenciam desde o seu modo de se relacionar com o próximo até a sua saúde emocional.  

Dentre os sujeitos do estudo, a saúde psíquica deles de um modo geral encontra-se em um nível positivo (65, 62%), no entanto 25% apresentam um nível de extrema gravidade ao se analizar isoladamente fatores da presença de distúrbios psicossomáticos (25%), distúrbios do sono (18, 75%) e desconfiança no seu próprio desempenho (18, 75%), o que merecem uma certa atenção.

O lidar com a dicotomia vida-morte junto ao paciente, faz com que sentimentos e emoções como culpa, raiva, angústia, compaixão, impotência e até mesmo a onipotência estejam sempre presentes. Não é fácil lidar com o sofrimento humano, seja ele profissional médico, enfermeiro, assistente social, nutricionista ou psicólogo. As somatizações ocorrem com freqüência. São sintomas como exaustão, fadiga, tensão muscular, cefaléias, distúrbios do sono que, dependendo do caso, podem se agravar através de patologias como câncer, hipertensão, distúrbio gastrointestinais, transtornos mentais, entre outros(1, 2, 3, 6, 7).

Diante dos aspectos supracitados, vale ainda salientar que é extremamente importante que os gestores tenham a consciência do reflexo positivo que estes aspectos supracitados incidem sobre a qualidade de vida no trabalho. Sabe-se ainda que a conduta que um profissional de saúde pode ter sobre o paciente requer não só uma “postura” ética e de qualidade, mas também exige condições humanizadas no hospital de uma forma mais ampla(1, 5, 7, 9, 14).


Conclusões

O ambiente da enfermaria é muitas vezes considerado como um local composto por corredores de aspecto frio, onde as queixas são constantes de pacientes quanto à qualidade da assistência, atitudes despersonalizadas por parte dos profissionais, onde impera a onipotência da equipe e a soberania do “saber” cartesiano(7, 8, 9). No âmbito da saúde pública, esta realidade é ainda mais forte. A demanda assistida é enorme, o número de profissionais é insuficiente, os salários são precários, que muitas vezes obrigam (os profissionais) a “despir-se” de seus conceitos e concepções éticas para dar lugar à técnica(10).

A realidade da saúde é precária de modo que, inseridos em um hospital, é possível encontrar não só sujeitos doentes em tratamento, mas também os próprios profissionais (cuidadores) com sua saúde debilitada, (necessitando de cuidados e atenção) em pleno exercício de suas atribuições: o cuidar do outro. Dificuldades para estes trabalhadores? São muitas! Faltam: materiais, ambientes adequados, pessoal suficiente para atender a demanda recebida, entre outros. Enfim percebe-se a necessidade de ações que viabilizem e mobilizem pessoal em prol de melhorias ambientais, assistenciais e profissionais, de modo qualificado e adequado à realidade apresentada. E é neste contexto que se encontram atualmente os profissionais de saúde.  

Chama a atenção à sobrecarga de trabalho a que esses profissionais estão expostos. Este fato pode ter uma influência decisiva no estado de saúde desses profissionais, que, a partir dos instrumentos aplicados, demonstra estar um tanto fragilizada, com uma incidência significativa de sofrimento psíquico.

O sofrimento psíquico no trabalho pode vir através da apresentação de pequenos sinais e sintomas (sofrimento, ansiedade, irritação, agressividade, stress, somatizações) e até a própria doença instalada. A saúde mental de quem lida com conteúdos ansiogênicos e estressantes no dia a dia faz jus a uma vigilância efetiva e eficaz destes trabalhadores.  

Sabe-se que diante da vulnerabilidade em que o indivíduo apresenta, fica mais viável futuramente se propor um melhor direcionamento de tratamentos ou ações preventivas a estes sujeitos.

Considera-se que neste processo de humanização, o profissional de saúde geralmente não se encontra inserido como alvo para investimentos das instituições. As suas conseqüências, como dificuldades de atuação, insatisfação profissional, stress, envolvimento em ações, péssima qualidade de vida, refletem tanto no seu desempenho ocupacional, quanto na sua vida pessoal. Tal necessidade urge, na medida em que, se não oferecer melhores condições de saúde a quem “faz” saúde, este não terá condições de “reproduzir” saúde ao próximo.  


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