El método canguro fue creado en Colombia en 1979 como una propuesta para mejorar la atención a recién nacidos prematuros, que busca promover el aumento de la vinculación entre de la madre del bebé, una mayor estabilidad térmica y un mejor desarrollo. Ademais, favorece o desenvolvimento do bebê, estimula o aleitamento materno, permite um controle térmico adequado além de reduzir o risco de infecção en hospital. En Brasil, el método canguro fue regulado como una actividad terapéutica en 2000 por el Ministerio de Salud. Este modelo de atención perinatal se centra en el cuidado humanizado y en las estrategias de intervención biopsicosociales que consiste en mantener al bebé en contacto piel a piel en posición vertical contra el pecho de los padres u otros familiares. Dada la importancia de tal, el presente trabajo para informar los aspectos relacionados con las representaciones de las madres en la experiencia de canguro. Este es un estudio teórico, que examinó 10 artículos brasileños, 08 de los tratados es la investigación cualitativa de tipo descriptivo y 02 de la investigación cuantitativa.
Los resultados indican que aunque las madres a comprender el valor del método para la recuperación de sus hijos, los dilemas y dificultades, razones privadas y familiares, pueden poner en peligro su participación en el programa. La conclusión es, pues, que incluso con los años el método canguro todavía presenta el contenido disonante en la representación de las madres.
REPRESENTACIÓN DE LAS MADRES EN LA EXPERIENCIA DEL MÉTODO CANGURO
THE REPRESENTATIONS OF MOTHERS ON THE EXPERIENCE OF KANGAROO METHOD
A REPRESENTAÇÃO DAS MÃES SOBRE A VIVÊNCIA DO MÉTODO CANGURU
Júlia Carmo Bezerra*, Luciana da Silva Revorêdo**, Priscilla Cristhina Bezerra de Araújo (UFRN)***, Maihana Maíra Cruz Dantas (UFRN)**** e Eulália Maria Chaves Maia (UFRN)*****.
*Júlia Carmo Bezerra - Graduanda em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN. Participante da Base de Pesquisa Grupos de Estudos Psicologia e Saúde (GEPS). Bolsista de Extensão na Maternidade Escola Januário Cicco (UFRN). Natal-RN, Brasil. E-mail: july850@hotmail. com
**Luciana da Silva Revorêdo – Graduanda em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN. Participante da Base de Pesquisa Grupos de Estudos Psicologia e Saúde (GEPS). Bolsista de Extensão na Unidade de Saúde Familiar Comunitária (UFRN). Natal-RN, Brasil. E-mail: lucianarevoredo@hotmail. com
***Priscilla Cristhina Bezerra de Araújo - Psicóloga da Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC/UFRN). Especialista em Psicologia da Saúde: Desenvolvimento e Hospitalização (UFRN). Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFRN/PPPsiUFRN. Pesquisadora do grupo de Estudos: Psicologia e Saúde (GEPS) da UFRN. Natal/RN, Brasil. E-mail: priscilla_cristhina@yahoo. com. br
****Maihana Maíra Cruz Dantas – Psicóloga pela UFRN. Doutoranda do Programa de Pós Graduação em Psicologia (UFRN). Mestre pelo Programa de Pós Graduação em Psicologia (UFRN). Especialista em Psicologia da Saúde: Desenvolvimento e Hospitalização (UFRN). E-mail: maihana_cruz@yahoo. com. br
*****Eulália Maria Chaves Maia – Psicóloga. Professora Doutora do Departamento de Psicologia e dos Programas de Pós-Graduação em Psicologia e em Ciências de Saúde, da UFRN. Líder da base de Pesquisa grupo de Estudos: Psicologia e Saúde (GEPS) da UFRN. Natal-RN, Brasil. E-mail: eulalia. maia@yahoo. com. br
RESUMEN
El método canguro fue creado em Colombia en 1979 como una propuesta para mejorar la atención a recién nacidos prematuros, que busca promover el aumento de la vinculación entre de la madre del bebé, una mayor estabilidad térmica y um mejor desarrollo. Ademais, favorece o desenvolvimento do bebê, estimula o aleitamento materno, permite um controle térmico adequado além de reduzir o risco de infecção en hospital. En Brasil, el método canguro fue reguladocomouna actividad terapéuticaen 2000 por elMinisterio de Salud. Este modelo de atención perinatal se centra en el cuidado humanizado y en las estrategias de intervención biopsicosociales que consiste en mantener al bebé en contacto piel a piel en posición vertical contra el pecho de los padres u otros familiares. Dada la importancia de tal, el presente trabajo para informar los aspectos relacionados con las representaciones de las madres en la experiencia de canguro. Este es un estudio teórico, que examinó 10 artículos brasileños, 08 de los tratados es la investigación cualitativa de tipo descriptivo y 02 de la investigación cuantitativa. Los resultados indican que aunque las madres a comprender el valor del método para la recuperación de sus hijos, los dilemas y dificultades, razones privadas y familiares, pueden poner en peligro su participación en el programa. La conclusión es, pues, que incluso con los años el método canguro todavía presenta el contenido disonante en la representación de las madres.
PALABRAS CLAVE: Metodo canguro, recién nacidos prematuros, representación de la madre, el desarrollo.
ABSTRACT
The Kangaroo Method was created in Colombia in 1979 as a proposal to improve the care provided to preterm infants, seeking to promote the increased bonding between the mother the baby, the greater thermal stability and better development. Moreover, it favors the development of the baby, encourages breastfeeding, allows an adequate thermal control and reduce the risk of nosocomial infection. In Brazil, the kangaroo method was only regulated as a therapeutic activity in 2000 by the Ministry of Health This model of perinatal care is focused on humanized care that meets biopsychosocial intervention strategies, it is to keep the baby skin-to--skin vertically against the chest of the parents or other relatives. Given such importance, the present work want report the aspects related to the representations of mothers on the experience of kangaroo care. This is a theoretical study which examined 10 Brazilian articles, 08 of those is descriptive qualitative research and 02 is quantitative research. The results indicate that although the mothers understand the value of the method for the recovery of their children, the dilemmas and difficulties, for private and family reasons, may jeopardize their participation in the program. The conclusion is thus that even with the passing years the kangaroo method still presents content dissonant in the representation of mothers.
KEYWORDS: Kangaroo Mother Care, premature newborns, representation, mother, development.
RESUMO
O Método Canguru foi criado na Colômbia em 1979 como proposta para melhorar os cuidados prestados ao recém-nascido prematuro, buscando promover o aumento do vínculo afetivo entre a mãe o bebê, maior estabilidade térmica e melhor desenvolvimento. Ademais, favorece o desenvolvimento do bebê, estimula o aleitamento materno, permite um controle térmico adequado além de reduzir o risco de infecção hospitalar. No Brasil, o método canguru só foi regulamentado como atividade terapêutica no ano 2000 pelo Ministério da Saúde. Esse modelo de assistência perinatal é voltado para o cuidado humanizado que reúne estratégias de intervenção biopsicossocial e consiste em manter o recém-nascido em contato pele-a-pele na posição vertical junto ao peito dos pais ou de outros familiares. Diante de tal importância, o presente trabalho busca relatar os aspectos relacionados às representações das mães sobre a vivência do método canguru. Trata-se de um estudo teórico em que foram analisados 10 artigos brasileiros, destes 08 tratavam-se de pesquisas descritivas qualitativas e 02 pesquisas quantitativas. Os resultados apontam que, muito embora as mães compreendam o valor do método para a recuperação de seus filhos, os dilemas e as dificuldades, particulares e de ordem familiar, podem comprometer sua participação no programa. Conclui-se dessa forma que mesmo com o passar dos anos o método canguru ainda apresenta conteúdos dissonantes na representação das mães.
PALAVRAS-CHAVE: Método Canguru, recém-nascido prematuro, representação, mãe, desenvolvimento.
INTRODUÇÃO
O Método Canguru foi criado na Colômbia em 1979 como modelo de assistência neonatal aos bebês prematuros com baixo peso ao nascer. A Colômbia passava por uma deficiência na infraestrutura do seu sistema público de saúde e o método canguru surgiu como uma alternativa de baixo custo e de vantagens visíveis1, 2, 3.
Esse modelo de assistência tem como objetivo promover o aleitamento materno visto que o bebê passa mais tempo em contato com a mãe. Além disso, favorece na regulação térmica, tendo em vista que os bebês prematuros com baixo peso ao nascer não são capazes, sozinhos, de manter a temperatura corporal ideal, ademais, o método permite também a formação e fortalecimento do vínculo entre a mãe e seu bebê2, 3.
O método consiste em manter o recém-nascido em contato pele-a-pele com o peito da mãe ou de outro cuidador e sendo fixado a esse com o auxílio de uma faixa. Durante sua realização o bebê deve estar fazendo uso somente de fralda, touca e meias3.
No Brasil, a implantação do método ocorreu na década de 90 com a tentativa de promover o contato precoce entre a mãe e seu bebê. Além disso, possibilita diminuir a ocupação de leitos neonatais e promover a alta hospitalar precoce1. No entanto, a regulação dessa atividade e afirmação dessa como prática terapêutica ocorreu somente no ano 2000 com o Programa de Humanização do Pré-natal e Nascimento, desenvolvido pelo Ministério da Saúde através da portaria nº 693 de 5 de julho de 20001, 2, 4, 5.
O método canguru permite ainda o a maior participação dos pais e demais familiares participantes do método nos cuidados ao bebê prematuro4. Contudo, por se tratar de um prematuro, comumente o foco desse tipo de intervenção passa a ser esse bebê, por ser o que mais necessita de cuidados e atenção, enquanto a mãe aparece somente como colaboradora nesse cuidado a partir da realização dessa prática1, 2.
Verificou-se, portanto, a necessidade de investigar o papel desempenhado pela mãe dentro da prática do método canguru, visto que esta é, na maioria das vezes, a cuidadora principal, e reafirmar, assim, a necessidade de pensar em estratégias de promoção da saúde e bem estar, não só do bebê, mas a díade mãe-filho. Diante disso, o presente trabalho busca relatar os aspectos relacionados às representações das mães sobre a vivência do método canguru.
Trata-se de um estudo teórico realizado a partir da análise de 10 artigos brasileiros sobre a prática do Método Canguru no Brasil, destes, oito artigos se tratam de pesquisas descritivas qualitativas, enquanto dois se tratam de pesquisas quantitativas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os estudos realizados nos artigos investigados buscaram avaliar a vivência da mãe no método canguru; a experiência, o imaginário e a percepção das mães na realização do método; a relação mãe-bebê; o papel dos serviços de saúde e da família para a realização do Método Canguru; a adesão das mães e a prática deste método, e o aleitamento materno. Os resultados apontam que, muito embora as mães compreendam o valor do método para a recuperação de seus filhos, os dilemas e as dificuldades, particulares e de ordem familiar, podem comprometer sua participação no programa. No entanto, para compreender melhor a representação dessas mães a respeito do método é necessário entender, inicialmente, com se dá este método e sua aplicação, perpassando por temas como a prematuridade, indicação ao método e adesão a este, além das vantagens e dificuldades encontradas pelas mães para a realização do Método Canguru.
A PREMATURIDADE
É compreendido como prematuro todo bebê que nasce antes das 37 semanas de gestação, sendo o prematuro extremo o bebê que nasce antes das 28 semanas de gestação. Já o bebê com baixo peso ao nascer é caracterizado pelo fato de, no momento do nascimento, apresentar peso igual ou inferior a 1. 500kg2.
O nascimento prematuro apresenta-se como uma situação traumática para os pais que se deparam com um bebê diferente do imaginado, frágil e pequeno. Os pais vivem o temor da perda de seus filhos por vê-los como frágeis e diferentes do esperado e essa situação pode causar uma dificuldade de vinculação entre eles e seus bebês prematuros3, 1.
Ao se deparar com a prematuridade os pais tendem a imaginar o que pode ter acontecido com eles e com a criança e passam a questionar os motivos que podem ter possibilitado esse nascimento prematuro1. É comum, portanto, surgirem sentimentos de medo, insegurança, culpa e preocupação6. A mãe tende a sentir culpa por não ter conseguido levar a gestação até o final e não poder exercer os cuidados da maternagem, como também sente medo em relação aos cuidados básicos de seu filho por vê-lo como pequeno e frágil4.
Essa situação de prematuridade pode acarretar, ainda, mudanças profundas na rotina desses pais2. Diante do nascimento prematuro, alguns neonatos de cuidados intensivos que lhe garantem a manutenção da saúde6, assim, esses bebê são encaminhados às Unidade de terapia Intensiva Neonatal, onde devem ficar internados até apresentarem melhora significativa para receber a alta.
Essa rotina hospitalar que separa os pais de seus bebês podem apresentar implicações negativas para a formação do vínculo afetivo7, 8. Dessa forma, o Método Canguru surge como uma alternativa não somente para a melhora da saúde do bebê, mas também ao fortalecimento do vínculo afetivo entre os pais e seus recém-nascidos através do contato precoce entre eles3, 4.
INDICAÇÃO E ADESÃO AO MÉTODO CANGURU
O Método Canguru (MC) é um modelo de assistência neonatal que consiste em manter o recém-nascido em contato pele-a-pele precoce com o peito da mãe ou de outro cuidador de forma crescente e pelo tempo que entenderem prazeroso. Neste o bebê fica ligeiramente vestido e contido por uma faixa de sustentação3, 5, 8.
A indicação para a realização do MC surge ainda durante a internação do neonato na UTI neonatal. Essa é a primeira das três etapas desse método as outras duas são: a enfermaria canguru, onde mães e recém-nascidos são internados juntos e o Canguru Domiciliar, em que os pais realizam o canguru em casa e os bebês são acompanhados no ambulatório após a alta hospitalar9.
Esse modelo de assistência é indicado aos neonatos que estão em situação de estabilidade clinica e ganho de peso, ele permite uma maior participação dos pais no cuidado com seu filho4, 9. Essa indicação confirma para os pais as necessidades de cuidados diferenciados ao filho e sinaliza a necessidade de se adequarem a essa nova situação1.
No Método Canguru as mães permanecem com o bebê o tempo que for possível e prazeroso para ambos4, 8, 9, esse cuidado é sugerido às mães, mas não lhe é imposto e ela pode deixar de praticar o canguru de acordo com as suas necessidades4. Essa inserção da genitora na assistência ao filho hospitalizado é uma estratégia de aproximação entre mãe e filho e não deve ser visto como uma obrigatoriedade, mas sim um direito e uma forma privilegiada de cuidado4, 8.
A decisão pela adesão ao método acarreta um dilema, principalmente para a mãe, entre assumir o cuidado do seu recém-nascido prematuro e manter seus compromissos domésticos, familiares e sociais1. De acordo com os artigos analisados, a não adesão ao método pode estar relacionado à presença de outros filhos na família, aborto prévio, a saúde materna pós-parto, falta de ajuda no domicílio, relacionamento instável, bem como a necessidade do trabalho1, 2, 8.
Em contrapartida, a adesão a este modelo de assistência é uma forma que a família encontra para estar com o seu bebê e acompanhar sua evolução1. Essa escolha é influenciada pela fragilidade do recém-nascido e desejo dessa família de estar junto a ele1, bem como pela qualidade das informações fornecidas e auxílio prestado a mães dos bebês pela equipe de saúde, de forma que elas possam compreender melhor o Método Canguru e seus benefícios, além de aprenderem sobre os cuidados e manejo do filho prematuro2, 3, 9.
O auxílio e informações prestados pela equipe de saúde são de grande importância nesse momento visto que as mães, logo após o parto, sentem-se inseguras para cuidar dos seus filhos prematuros, assim a equipe é capaz de colaborar promovendo um ambiente propício para o desenvolvimento da criança e contribuindo para essas mães exercerem a maternagem3. Os profissionais de saúde envolvidos devem incentivar a participação ativa da mãe na recuperação da saúde do seu filho5.
DIFICULDADES DA REALIZAÇÃO DO MÉTODO CANGURU
A escolha pelo método canguru apresenta algumas vantagens e dificuldades, especialmente para as mães. A mulher desempenha uma série de papéis simultaneamente, ela é esposa, mãe, filha, dona de casa e trabalhadora, assim, o afastamento do lar para cuidar intensivamente do seu filho prematuro pode acarretar algumas deficiências no encadeamento desses papéis4.
A experiência no canguru interfere nas relações familiares, como a separação temporária entre o casal, que pode gerar desconfortos na relação conjugal. Além disso, a separação entre os membros da família, especialmente quando há outros filhos pode ocasionar uma mudança de papéis no momento em que o pai ou companheiro assume, sozinho, os cuidados dos filhos e a realização das tarefas domésticas1, 2.
Outra dificuldade encontrada pelas mães para a realização do método é o período de internação hospitalar com o bebê. O longo tempo de internação mostra-se como fator estressante para essas mulheres2.
Algumas genitoras apresentam ainda sintomas como medo, dúvidas e inseguranças quanto à realização do método e o manejo do recém-nascido prematuro. Para elas isso pode se constituir como uma dificuldade encontrada para a realização do método2. Além disso, algumas mulheres também descrevem o método como desconfortável e incômodo, no qual seu corpo fica exposto (no canguru as mães devem estar sem a parte de cima da roupa), além de seus movimentos serem limitados, o que as afasta das suas tarefas cotidianas6.
Na terceira etapa do método, ao assumirem o cuidado da criança em casa, essas mulheres podem passar por uma situação de cansaço físico e mental. Elas passam a acumular o cuidado no canguru com suas responsabilidades diárias como o cuidado de outros filhos e suas tarefas domésticas9. Portanto, o sucesso do método canguru, tanto as primeiras etapas realizadas no hospital, como a terceira etapa realizada no domicílio, depende do envolvimento da mãe e do apoio da sua rede familiar e do auxilio e compreensão da equipe de saúde8.
VANTAGENS DA REALIZAÇÃO DO MÉTODO CANGURU
Com a prematuridade, a realidade do bebê diferente do idealizado e a internação desse bebê na Unidade de terapia Intensiva Neonatal (UTIN) forma-se uma lacuna entre os pais e seu bebê. Essa distância dificulta a formação do vínculo afetivo entre eles3, 7 e, consequentemente, gera uma insegurança, principalmente da mãe, de cuidar do seu filho prematuro.
A mãe precisa, portanto, elaborar o nascimento prematuro do seu bebê e compreender a realidade deste. O contato pele a pele permite a elaboração desse evento traumático e a capacita a lidar melhor com a fragilidade do seu bebê. Assim, se por um lado a fragilidade do bebê dificulta o vínculo, ele é também um motivo para estimular as mães a terem maior contato com seus neonatos3.
O Método Canguru favorece a formação e fortalecimento dos vínculos afetivos2, 3, 4, 7, 8 através da estimulação do contato precoce entre a mãe e o bebê. Ademais possibilita a construção da maternagem, dando a mãe segurança necessária para cuidar do seu bebê3, 8.
Assim, o método também estimula a participação ativa dos pais no cuidado com seu filho4, 5, estimulando seu senso de competência7. A prática desse tipo de cuidado favorece o aumento dessa competência e da autoconfiança dos pais, especialmente materna, no cuidado do seu filho2, 6, 7, 8, 10.
A medida que as mãe passa a se responsabilizar pelos seus cuidados, fica mais tranquila, ao mesmo tempo que o relacionamento mãe-filho é favorecido e ela mostra-se mais confiante com o cuidado domiciliar do seu bebê2, 4. O método apresenta-se como uma possibilidade de aprender a cuidar do filho e estar junto dele1.
Além disso, a prática do Canguru favorece a estabilidade fisiológica do bebê. Isso se dá devido ao contato por longo período com a mãe, ou outro cuidador, que gera calor e estimula a estabilidade térmica do bebê, além de proporcionar equilíbrio emocional, como a redução do estresse e melhora na qualidade do sonodo recém-nascido, indispensável para seu desenvolvimento2, 5, 6, 7, 8, 10.
Por fim, os artigos trazem ainda outra vantagem do Método Canguru que é o aleitamento materno que alimenta e protege o bebê contra infecções5. A aproximação mãe-filho além de fortalecer o vínculo proporciona ao bebê prematuro se alimentar mais precocemente e com mais frequência, visto que o contato pele a pele facilita o encontro do bebê com o seio materno6, 8, 10.
A alimentação do prematuro é uma prática que gera preocupação e dificuldades, especialmente entre as mães dos bebês pré-termo4, pois é exigido delas, enquanto mães competentes, o sucesso na amamentação10. No entanto, a amamentação de uma criança prematura é uma tarefa complexa, difícil e desgastante para algumas mães e prazerosa e menos complicada para outras10. Contudo, é necessário que a equipe de saúde olhe para cada genitora como uma mulher envolvida numa trama de sentimentos e contradições decorrentes da situação de ter um filho prematuro e não como uma mãe competente ou fracassada10.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Método canguru é uma forma de assistência neonatal criada na Colômbia e inserida no Brasil através da Política Nacional de Humanização do Ministério da Saúde. Esse método consiste em manter, precocemente, o bebê prematuro de baixo peso em posição vertical junto ao peito da mãe ou de outro cuidador, ligeiramente vestido e fixado junto a este por uma faixa.
A escolha pela realização do método é uma decisão da mãe juntamente com a família e os profissionais de saúde, se configurando como um direito e um privilégio e não como uma obrigação. Sendo assim, a mãe pode optar por aderir ou não ao método dependendo de seus fatores individuais.
De acordo com os artigos estudados, o Método Canguru é uma forma de aproximação dos pais, familiares e seus recém-nascidos prematuros que tem diversas vantagens. Ele favorece a formação e fortalecimento do vínculo afetivo entre os pais e seu bebê, estimula a competência dos pais e exercício da maternagem, além de promover a estabilidade térmica do bebê, proporcionar equilíbrio e estimular o aleitamento materno.
No entanto este método também apresenta algumas dificuldades como a escolha da mãe em estar junto ao prematuro para realização do Canguru em detrimento dos cuidados de casa e de outros filhos, dificuldades de relacionamento familiar ocasionado pela separação dos membros durante a realização do método no hospital, a inversão momentânea dos papeis sociais no momento que o companheiro ou outro familiar assume os cuidados a outros filhos e as tarefas domésticas.
O longo período de internação no hospital surge como fator de estresse nas genitoras. Além disso, a caracterização do método como desconfortável e incômodo para elas; a insegurança quanto ao manejo do prematuro; e cansaço físico e mental na realização do Canguru em casa, por assumirem, simultaneamente, o cuidado no canguru e as tarefas domésticas, também são indicados como estressores para as mães.
Nesse sentido, a análise da literatura investigada mostra que as mães compreendam o valor do método para a recuperação de seus filhos e se empenham para a realização deste. No entanto, a indicação para a realização do método traz a tona alguns dilemas e dificuldades que podem comprometer sua participação no programa.
Em suma, podemos observar que mesmo com o passar dos anos e o conhecimento das vantagens do método canguru, ele ainda apresenta conteúdos dissonantes e dilemas na representação das mães. Nesse sentido, esse trabalho mostra-se relevante visto a necessidade de se olhar para os pais, principalmente a genitora, como um membro que atua ativamente nesse tipo de cuidado e que viabiliza esse modelo de assistência, mas que também sofre e se beneficia por este. Diante disso, torna-se essencial olhar para essa genitora como parte integrante do processo, desenvolvendo dessa forma um cuidado integral a díade mãe-filho.
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