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Brinquedotecas en hospitales: Creencias de profesionales de la salud.

Autor/autores: A. Moreira Hazboun
Fecha Publicación: 01/03/2009
Área temática: Psiquiatría general .
Tipo de trabajo:  Conferencia

RESUMEN

Los profesionales de la salud se enfrentan a diario las demandas, la tensión constante y gran volumen de trabajo. En pediatría, sigue ocupándose de la situación de una situación de crisis para el paciente, quien puede responder con reacciones de llanto, la agresión, apatía, alteraciones en los alimentos o en reposo. En esta realidad, la obra adquiere un significado especial, por ser el juguete de los principales recursos terapéuticos y expresiva del niño y la brinquedoteca, el espacio privilegiado de la lúdica. En el ámbito de la atención terciaria, no sabe que un rango que actividades de las que prevalecen para la salud y el bienestar psicológico del paciente y también un vínculo niño-resignified equipo y el medio ambiente. Considerando que el sistema de creencias influencia de los profesionales en relación con la obra en el hospital, tiene como objetivo comprender los significados que atribuyen a desempeñar en el contexto de dos hospitales universitarios de referencia pediátrica en los recién nacidos. Se utiliza como un instrumento de la expresión libre e informado consentimiento y una entrevista semi-estructurada. Actualmente, alrededor del 95% de la muestra recogida, la mayoría (69, 8%) es la rama de actividad de enfermería (auxiliares, técnicos y enfermeras). Los participantes consideraron que la brinquedoteca como importante o muy importante y la mayoría (97, 4%) evaluados positivamente (bien o muy bien) las actividades en estas áreas en los hospitales donde trabajan. Hubo indicaciones en favor de la multidisciplinarios en brinquedotecas, citando principalmente es la inclusión de los psicólogos (96, 1%), los trabajadores sociales (72, 4%) y profesores (78, 9%). A través de los discursos, es posible explorar las preguntas sobre el papel de brinquedoteca y jugar para la recuperación de los niños hospitalizados, lo que permite conocer las creencias que forman parte del universo de profesionales de la salud.

Palabras clave: Hospitales, Lúdico, Pediatría, Profesionales, Psicologìa


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BRINQUEDOTECAS EN HOSPITALES: creencias DE PROFESIONALES
DE LA SALUD

Andressa Moreira Hazboun 1,
Priscilla Cristhina Bezerra de Araújo 2,
Heloísa Karmelina Carvalho de Sousa 3,
Juliana Medeiros Freire da Costa Mafra 4,
Luciana Carla Barbosa de Oliveira 5,
Eulália Maria Chaves Maia 6.

1, 2, 3, 4 ­ Discente do curso de Psicologia. grupo de Estudos: Psicologia e Saúde;
Departamento de Psicologia; Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
5 ­ Doutora em Ciências da Saúde. grupo de Estudos: Psicologia e Saúde; hospital de
Pediatria Prof. Heriberto Bezerra; Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
6 - Docente do curso de Psicologia e do Programa de Pós-graduação em Ciências da
Saúde; grupo de Estudos: Psicologia e Saúde; Departamento de Psicologia;
Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA:
Att. Profa. Dra. Eulália Maria Chaves Maia. Rua Seridó, no. 754. 9º. Andar. Petrópolis.
59020-010. Natal - RN/Brasil. Tel: (55) (84) 3202 2886. emcmaia@ufrnet. br;
lucianacarla. psi@hotmail. com

RESUMO
Os profissionais de saúde enfrentam cotidianamente exigências, tensão constante e
grandes cargas de trabalho. Na pediatria, lidam ainda com um contexto de crise
situacional para o paciente, que pode responder com reações de choro, agressividade,
apatia, distúrbios na alimentação ou no sono. Nessa realidade, o brincar adquire
significância especial, sendo o brinquedo o principal recurso terapêutico e expressivo da
criança e, a brinquedoteca, o espaço privilegiado do lúdico. No campo da atenção
terciária, não se sabe que lugar ocupam essas atividades que primam pela saúde psíquica
e bem-estar do paciente, promovendo ainda um elo criança-equipe e ressignificando o
ambiente. Considerando que o sistema de crenças dos profissionais influencia na forma
de lidar com o brincar no hospital, objetiva-se compreender os significados que os
mesmos atribuem à ludicidade no contexto de dois hospitais pediátricos universitários
referência no RN. Utiliza-se como instrumento o termo de consentimento livre e
esclarecido e uma entrevista semi-estruturada. Atualmente, há 95% da amostra coletada,
cuja maioria (69, 8%) é do setor de enfermagem (auxiliares, técnicos e enfermeiros). Os
participantes consideraram a brinquedoteca como importante ou muito importante e a
maioria (97, 4%) avaliou positivamente (bom ou ótimo) as atividades realizadas nesses
espaços nos hospitais em que trabalham. Houve indicativos em favor da
multidisciplinaridade nas brinquedotecas, citando-se majoritariamente a inserção de
psicólogos (96, 1%), assistentes sociais (72, 4%) e pedagogos (78, 9%). Através dos
discursos, pôde-se explorar questões sobre a função da brinquedoteca e do brincar para
recuperação da criança internada, possibilitando conhecer crenças que fazem parte do
universo desses profissionais de saúde.
Palavras chaves: Pediatria; Lúdico; Hospitais; Psicologia; Profissionais.

RESÚMEN
Los profesionales de la salud se enfrentan a diario las demandas, la tensión constante y
gran volumen de trabajo. En pediatría, sigue ocupándose de la situación de una
situación de crisis para el paciente, quien puede responder con reacciones de llanto, la
agresión, apatía, alteraciones en los alimentos o en reposo. En esta realidad, la obra
adquiere un significado especial, por ser el juguete de los principales recursos
terapéuticos y expresiva del niño y la brinquedoteca, el espacio privilegiado de la
lúdica. En el ámbito de la atención terciaria, no sabe que un rango que actividades de las
que prevalecen para la salud y el bienestar psicológico del paciente y también un
vínculo niño-resignified equipo y el medio ambiente. Considerando que el sistema de
creencias influencia de los profesionales en relación con la obra en el hospital, tiene
como objetivo comprender los significados que atribuyen a desempeñar en el contexto
de dos hospitales universitarios de referencia pediátrica en los recién nacidos. Se utiliza
como un instrumento de la expresión libre e informado consentimiento y una entrevista
semi-estructurada. Actualmente, alrededor del 95% de la muestra recogida, la mayoría
(69, 8%) es la rama de actividad de enfermería (auxiliares, técnicos y enfermeras). Los
participantes consideraron que la brinquedoteca como importante o muy importante y la
mayoría (97, 4%) evaluados positivamente (bien o muy bien) las actividades en estas
áreas en los hospitales donde trabajan. Hubo indicaciones en favor de la
multidisciplinarios en brinquedotecas, citando principalmente es la inclusión de los
psicólogos (96, 1%), los trabajadores sociales (72, 4%) y profesores (78, 9%). A través de
los discursos, es posible explorar las preguntas sobre el papel de brinquedoteca y jugar
para la recuperación de los niños hospitalizados, lo que permite conocer las creencias
que forman parte del universo de profesionales de la salud.
Palabras claves: Pediatría; Lúdico; Hospitales; Psicologìa; Profesionales.

INTRODUÇÃO
Os profissionais de saúde enfrentam cotidianamente várias dificuldades como
fortes pressões, tensão constante e grandes cargas de trabalho. Mais especificamente os
funcionários que trabalham em enfermarias lidam ainda, com problemas de nível
secundário e terciário, acarretando em períodos diurnos intensos, maior exigência na
atenção ao paciente e vigilância constante, requerendo sempre algum tipo de
intervenção (avaliações, prescrições, urgências, exames, entre outras medidas) (1).
Comumente, o profissional que trabalha em instituições de saúde lida com as
ansiedades dos pacientes (sejam crianças, adolescentes, adultos ou idosos) oriundas do
processo de internação hospitalar.
O hospital configura-se como um ambiente hostil, asséptico, onde há pessoas
enfermas deitadas em seus leitos e outras desconhecidas circulando. Um lugar com
regras específicas, que "impõem" um comportamento passivo do sujeito acometido de
enfermidade e submetido a procedimentos invasivos e dolorosos, restrições, dor e
sofrimento (2, 3, 4, 5) .
Na infância, o processo do adoecer aliado à hospitalização pode ser considerado
como uma situação potencialmente traumática, colaborando para o surgimento do stress
(2, 3)

. Essa situação torna a criança vulnerável, podendo agravar ainda mais o quadro da

doença ou ocasionar danos emocionais. Além disso, em virtude de mecanismos de
adaptação e percepção, (ainda não totalmente desenvolvidos), o paciente pode fantasiar
acerca da doença, entendo-a como castigo, significando a hospitalização como um dano
corporal ou uma agressão (4, 5).
O profissional que trabalha em um hospital pediátrico presencia o sofrimento da
criança enferma, sofrimento esse, ocasionado não somente pelo fator doença, mas
muitas vezes também pela ruptura do convívio familiar e perda de referências. Há não

somente o sentimento de abandono, mas também o temor ao novo (profissionais,
situação e ambiente) (2 , 4, 8).
Nessa realidade em que a criança encontra-se inserida, o brincar adquire
significância especial, sendo o brinquedo a principal ferramenta terapêutica, podendo
integrar sistematicamente a assistência à criança hospitalizada

(4, 7)

. Esse recurso vem

funcionar como estratégia para enfretamento das condições estressantes, tanto pela
criança, quanto pelos profissionais do hospital ante as adversidades da hospitalização.
O brincar possibilita à criança expressar-se, elaborar angústias e medos,
melhorar sua auto-estima e ressignificar o ambiente em que se encontra, aproximando-o
de uma realidade conhecida pela mesma

(4, 5, 6)

. A utilização dos recursos lúdicos

potencializa o processo de recuperação da capacidade de adaptação do paciente,
atendendo às instancias cognitivo e emocional, não somente atenuando o evento
traumático, mas promovendo a saúde biopsicosocial, possibilitando à criança apreender
novos conteúdos e obter mais benefícios que malefícios (2, 4).
Considerar a criança em sua singularidade, de forma integral, disponibilizando
recursos que ela possa dominar para expressar-se, vivenciar e elaborar a situação de
hospitalização e doença, fazem do brincar um recurso (lúdico, educativo e terapêutico)
viável e adequado, que deve ser incentivado pelas instituições (3, 5).
Felizmente, no Brasil, observam-se avanços nesse sentido, como, por exemplo, a
implementação da Política Nacional de Humanização ­ PNH (2004), que busca definir
propostas e estratégias para garantir o resgate ao respeito pela vida humana, em seus
diversos aspectos: social, psicológico, biológico, ético, educacional e cultural;
abrangendo a garantia de direitos dos diversos atores que compõe o cenário da
assistência hospitalar, a saber, profissionais de saúde, gestão, comunidade e usuários

(9)

.

A tentativa de humanização dos atendimentos nos hospitais pediátricos ganhou outro

impulso com a obrigatoriedade (Lei nº 11. 104, de 21/03/2005) da instalação de
brinquedotecas em unidades de saúde de regime de internação. A referida lei declara a
necessidade de um espaço provido com brinquedos e com jogos de caráter educativo,
destinados a estimular os pacientes (crianças e seus acompanhastes) a brincar

(4)

. Esse

espaço possibilita um ambiente que, dentro do hospital, é reconhecido pela criança de
forma positiva, transmitindo familiaridade e acolhimento, bem como potencializando a
continuidade do processo de crescimento através da exploração do ambiente. O contato
com os brinquedos e atividades programadas, possibilita aos pacientes tornarem-se
participantes ativos do processo de reabilitação, facilitando a aceitação da situação
hospitalização, a adesão ao tratamento e a confiança na equipe de saúde (10, 11, 12) .
Nesse sentido, a brinquedoteca surge como um espaço privilegiado ao lúdico,
refletindo em uma atenção ao bem-estar global da criança como tentativa de contribuir
para uma vivência menos traumática possível, proporcionando uma maior confiança nos
pacientes e familiares e assim como ressignificação positiva do ambiente hospitalar.
Tais fatores vêm a viabilizar condições favoráveis à reabilitação dos efeitos de
experiências adversas ao desenvolvimento do infantil (4, 7).
O brincar no hospital configura-se como um espaço terapêutico que possibilita a
continuidade do desenvolvimento infantil, oferecendo, ainda, recursos para que a
criança possa elaborar melhor esse momento especifico de internação (2). O brinquedo se
veicula como o principal recurso estimulante, divertido, e que possibilita calma e
segurança; é através dele que a criança internada vai poder recrear, amenizar o
sofrimento inerente ao processo de hospitalização e do adoecer, favorecer a
comunicação com a equipe de saúde, com os familiares e/ou acompanhante, e a
expressão dos sentimentos e angústias (5).

Entretanto, a promoção do brincar em ambientes hospitalares é uma mudança
que, como muitas, gera resistências na equipe de saúde. No campo da atenção terciária,
é importante questionar o espaço ocupado por essas atividades que primam pela saúde
psíquica e bem-estar do paciente, promovendo ainda um elo criança-equipe. Conhecer
as crenças dos profissionais acerca da ludicidade nos hospitais e nas suas práticas pode
ser o caminho para conhecer a forma como lidam com essas atividades (2).
Diante do arcabouço teórico favorável e da promulgação da lei referente a tal
temática, surgiu a necessidade de averiguar que lugar ocupa no imaginário da equipe da
assistência à saúde o recurso lúdico, diante da complexidade da rotina hospitalar no
setor de enfermaria, investigando ainda a importância dada e esse espaço e o modo que
os profissionais locados nas instituições investigadas concebem as possibilidades sua
própria inserção em temáticas dessa natureza. Perante o exposto, o presente estudo
objetiva compreender os significados que os profissionais de saúde atribuem à
ludicidade no contexto de dois hospitais pediátricos universitários referência no Rio
Grande do Norte (RN).

MATERIAS E MÉTODOS
A pesquisa trata-se de um estudo exploratório, quantitativo e qualitativo de corte
transversal. Para a realização dessa investigação foram entrevistados profissionais de
saúde tanto de nível técnico (técnicos de enfermagem) como superior (assistentes
sociais, enfermeiros, médicos e nutricionistas) atuantes em dois hospitais de
pequeno/médio porte do Rio Grande do Norte (RN): hospital de Pediatria Professor
Heriberto Bezerra (HOSPED), localizado no município de Natal; e Hospital
Universitário Ana Bezerra (HUAB), locado em Santa Cruz.

Os critérios de inclusão foram: disponibilidade para responder o questionário,
estar vinculado funcionalmente há no mínimo seis meses como profissional na
instituição e atuar no setor de enfermaria, visto que é o local onde estão situadas as
brinquedotecas. Os profissionais que não corresponderam a esses critérios foram
excluídos da amostra. Os hospitais foram escolhidos por serem referência no
atendimento infantil no RN e por estarem localizados em duas realidades específicas,
sendo o HOSPED, na capital do estado, e o HUAB no interior.
A Pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) em cumprimento à Resolução N° 196/96 do
Conselho Nacional de Saúde/BRASIL.
Como instrumentos utilizou-se o termo de consentimento livre e esclarecido e
uma entrevista semi-estruturada, dividida em duas partes, a primeira contendo os dados
sócio-demográficos, abordando dados pessoais e profissionais, e uma segunda parte,
abrangendo questões direcionadas ao lúdico e a criança hospitalizada. A aplicação
ocorreu de maneira individual, no próprio local de trabalho, desde maio de 2008,
computando até o momento 95% da amostra total.
A análise dos dados quantitativos foi realizada pelo programa estatístico SPSS
(Statistical Package for Social Science for Windows, versão 12. 0) e no concernente aos
dados qualitativos foi feita análise de conteúdo seguindo os parâmetros de Bardin (13).

RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os dados obtidos foram organizados em dois grupos: um correspondente aos
profissionais de saúde que fazem parte da equipe do HUAB e outro grupo, aos do
HOSPED. Mas levando em consideração que a pesquisa ainda está em andamento, os
dados foram analisados como um todo. Nesse contexto, foram abordados até o momento

76 sujeitos (95%): 40 entrevistados no HUAB (52, 6% da amostra total), e 36 no
HOSPED (47, 4%).
Com relação ao sexo dos participantes, a freqüência feminina foi de 40 sujeitos
(52, 6%), enquanto a masculina foi de 36 (47, 4%), podendo-se assim, considerar uma
equivalência entre os gêneros diante da pouca diferença numérica entre eles. A maioria
dos profissionais é predominantemente católica (76, 3%), casada (48, 7%), possue dois
filhos (34, 2%) e encontra-se na faixa etária entre 35 a 45anos (42, 1%).
No que concerne ao cargo e a função exercida por cada um dos profissionais
abordados, destaca-se a predominância dos enfermeiros (22, 4%), bem como os técnicos
e auxiliares de enfermagem (47, 4%), correspondendo a 53 sujeitos ao todo,
correspondendo a 69, 8% total da amostra. Os dados supracitados podem indicar uma
percepção da brinquedoteca hospitalar do ponto de vista desse quadro específico de
funcionários. Os outros profissionais entrevistados foram: médicos (17, 1%),
nutricionistas e assistentes sociais (cada um correspondendo a 6, 6% da amostra).
Percebe-se a importância conferida à brinquedoteca no hospital pela incidência
de respostas "importante" ou "muito importante" em mais da metade da amostra
(76, 3%). O valor positivo dado a esse espaço pode ser explicado pela predominância de
profissionais da área de enfermagem na amostra, os quais estão constantemente
inseridos na rotina da criança hospitalizada, possibilitando a percepção dos benefícios
dos recursos lúdicos para a evolução da saúde do paciente. O restante da amostra
classificou a brinquedoteca como pouco importante ou sem importância (23, 6%).
Avaliando a brinquedoteca no hospital em que estavam inseridos, 94, 4% dos
profissionais entrevistados consideraram-na como ótima (71, 1%) ou boa (26, 3%), sendo
que 2, 6% do total dos funcionários avaliaram como muito ruim, o que pode evidenciar
que a importância da brinquedoteca hospitalar está relacionada com a sua qualidade no

imaginário dos profissionais dos referidos hospitais universitários. Desses especialistas,
80, 3% dizem conhecer as atividades exercidas na brinquedoteca hospitalar, enquanto
18, 4% dizem não conhecer e 1, 3% não responderam à questão. Os dados obtidos
revelavam que apenas 80, 3% da população conhece a brinquedoteca mas 97, 3% fizeram
afirmações de que é um espaço bom ou ótimo, esse fato leva a concluir que a avaliação
foi realizada mesmo sem o conhecimento real do espaço, sugerindo assim, o que esse
espaço significa para o imaginário desses profissionais.
Com relação à multidisciplinaridade nas brinquedotecas hospitalares, vários
profissionais foram citados como importantes para compor o quadro multidisciplinar,
sendo que os psicólogos foram lembrados por 96, 1% dos sujeitos abordados, seguidos
pelos pedagogos que foram apontados por 78, 9%, assistentes sociais (72, 4%), técnicos e
auxiliares de enfermagem (69, 7%), nutricionistas (52, 6%), enfermeiros (48, 7%) e
médicos (46, 1%). É interessante destacar que, apesar de não existirem profissionais da
psicologia compondo a amostra, estes foram citados quase que de maneira unânime. Em
contrapartida, os sujeitos da área de enfermagem não foram tão citados apesar de a
maior parte da amostra corresponder a este quadro.
No que concerne aos dados qualitativos, a primeira questão abordou o
significado que os profissionais atribuem à brinquedoteca. Em suas respostas
predominou a idéia de um espaço adjetivado como educativo, de interação durante o
período de internação. Embora essa questão não tenha se referido a uma brinquedoteca
hospitalar especificamente, a maioria dos profissionais associou esse espaço à
instituição hospitalar, provavelmente em virtude do local onde foi realizada a pesquisa
(nas instituições onde os mesmos trabalhavam) ou do reconhecimento ampliado que
obteve a brinquedoteca hospitalar com sua obrigatoriedade por lei (7).

Procurou-se investigar ainda, qual a função da brinquedoteca no hospital, na
opinião dos sujeitos. Predominantemente a função desse espaço foi associada à
recuperação das crianças hospitalizada, sendo então, o local onde existe brincadeiras e
lazer, favorecendo desse modo, a diminuição do estresse e da própria doença.
Por fim, investigou-se quais atividades desenvolvidas no hospital, era de
conhecimento dos profissionais. Majoritariamente, as atividades que os funcionários
sabiam que eram desenvolvidas, diziam respeito à contação de histórias e a pintura de
desenhos.
Diante dos resultados, percebeu-se que do ponto de vista dos profissionais a
brinquedoteca no hospital é um espaço de importância relevante e foi avaliado de forma
positiva nas instituições em que trabalham. A maioria disse ter conhecimento das
atividades

realizadas

nesse

espaço,

citando

como

exemplos

atividades

de

pintura/desenhos e contação de histórias, em sua maioria. Percebeu-se a idéia de
multidisciplinaridade com a inserção de diversos profissionais diferentes nas atividades
junto à brinquedoteca.
Entretanto, os profissionais da área de enfermagem, maior parte da amostra e
menor incidência nessa questão, parecem não idéia da sua própria inserção nesse
âmbito, o que surpreende, tendo em vista ser essa a área que mais tem contato com os
pacientes, muitas vezes nas próprias brinquedotecas. A atuação desses profissionais, de
acordo com estudos, quando voltada para ao brincar, pode favorecer a constituição de
um relacionamento seguro e construtivo da criança com a equipe, em que a atuação se
torna mais adequada favorecendo a criança a lidar melhor com as situações da
hospitalização (11).
A amostra conferiu à brinquedoteca um significado vinculado ao hospital e com
funções educativas e de interação, porém essa conceituação é limitada, visto que o

brincar pode contribuir não só nos aspectos supracitados, mas também pode favorecer
na recuperação do paciente como um todo, em que a criança poderá elaborar os medos e
angústias, melhorando a auto-estima e até diminuindo o tempo de internação

(4, 5, 6)

.

No que concerne à função, associada à recuperação das crianças através do lazer
e das brincadeiras, com atenuação do estresse e da doença, demonstrou que os
profissionais estão conscientes dos benefícios da brinquedoteca. No entanto, as
atividades desenvolvidas mais citadas (pintura, desenho e contação de histórias), são
atividades que não revelam o leque de possibilidades que existe no lúdico para a atuação
do profissional que trabalha no hospital. Não foram aprofundadas questões que aludiam
ao uso dessas ferramentas para o diagnóstico e tratamento, provavelmente por que
exigem um conhecimento mais aprofundado da temática.
Para se produzir um impacto real, através da promoção do brincar no espaço da
hospitalização, essa ação tem que ser estruturada e desenvolvida por profissionais
inseridos nas equipes de saúde das instituições, envolvendo toda a instituição para que
se construa gradativamente um modelo de atendimento capaz de contemplar a
complexidade do adoecer e a singularidade de cada indivíduo. Para tanto, devem-se
instituir políticas públicas voltadas para a saúde da criança que devem assegurar o
aperfeiçoamento das intervenções técnicas, bem como promover a construção de
conhecimentos multidisciplinares, buscando uma maior integralidade da assistência.

CONCLUSÃO
Tendo em vista a importância das brinquedotecas nos hospitais para a promoção
da saúde e a recente implantação das mesmas nos hospitais por meio de leis, percebe-se
um esforço no sentido de humanizar os atendimentos e garantir os direitos das crianças
e adolescentes.

Todavia, o engajamento de toda equipe é fundamental para que esse intuito seja
cumprido e para que a brinquedoteca não esteja dissociada do tratamento do paciente,
transformando-se num depositário de brinquedos, um espaço limitado e que não atinja
suas potencialidades. Para tanto, é preciso investigar que lugar que esse recurso lúdico
ocupa no imaginário da equipe de assistência à saúde, sua importância, sentidos e quais
as possibilidades que os mesmos percebem quanto a sua própria inserção nessas
temáticas. Conhecer essas questões é um caminho para elaborar medidas adequadas
para que essas políticas encontrem efetividade nas instituições hospitalares.
O estudo parece apontar, tendo em vista os dados até o momento analisados,
uma abertura dos profissionais na medida em que vêem vantagens na presença de
brinquedotecas e na possibilidade de uma atuação multiprofissional na mesma.
Entretanto, a idéia de brinquedoteca ainda vem muito atrelada à concepção do "brincar
por brincar", restringindo a participação dos profissionais diante de outras funções desse
espaço que podem ser disseminadas através de projetos e/ou estudos acerca do tema.

REFERÊNCIAS
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Agradecimentos: Aos Hospitais participantes do estudo, a Psicóloga Ariany Fernandes
e ao Prof. João Carlos Alchieri.

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